Tuesday, December 19, 2006

Um problema de gestão

Numa escala de enconanço, diz que sou "Bridget Jones". Não é falta de audácia, é falta de timming.

Make-up free


Não, eu hoje não acordei assim. Mas hoje quiseram que ficasse assim. Diz que sem make-up tenho cara de baby e isso não dá credibilidade...

Monday, December 18, 2006

O burro fica de costas

No Sábado, consegui convencer uma mini-trupe a ir à noite ao Museu de Arte Antiga à noite. Muito engraçado e tal - não me perguntem porquê mas tenho uma tara por museus em geral e por museus à noite em particular - e lá ouvimos umas poucas descrições sobre os presépios. Aprendi por exemplo que o burro era céptico e não acreditava que o "menino" fosse zie "menino". Que é como quem diz, o burro olhou para o José e riu-se com a história da "imaculada concepção". A vaca já não. Que é um animal de muita fé. Por isso, no presépio, o burro fica de costas.

E também havia concerto. Mas, e isto basta para descrever a qualidade do espectáculo, a trupe foi unânime: eu canto muito melhor.

New Job

Agora sou também consultora de lingerie.

Malitate

A maldade raramente é grande. Tem os contornos cobardes e pequenos. A maldade é mesmo muito pequena. Mas tem veneno. Pouco, que, graças a Deus, a maldade costuma andar de mão dada com a estupidez. Mas um veneno que cega.

A maldade é pequenina, tão pequenina e fofa, que às vezes parece inofensiva, pode até ter graça. Alguns confundem-na com ironia ou qualquer outra figura de estilo. Mas a maldade apenas é. Pequena, pequenina, mas cirurgica e, amiúde, letal.

Sunday, December 17, 2006

Turning around

Às vezes acho mesmo que o melhor está lá atrás. E que devia voltar a ser o que era. O que era um problema na altura, agora seria uma benção. Ou, na pior das hipóteses, um travão eficaz à minha estupidez.

Num segundo

Num segundo, um instante ou menos ainda, podemos escolher. Mais tarde há sempre argumentos inúteis que nos podem defender. Mas no íntimo sabemos. Num segundo, um instante ou menos ainda, tivemos a oportunidade de escolher. Sim ou sopas. Eu sei que naquele segundo fiz a escolha errada.

About Jones

Há alturas em que nem me consigo ver, tamanha a estupidez que me cobre.

Thursday, December 14, 2006

Sobre o Medo

Há coisas que não devem ser ditas. Sob pena de se tornarem reais.

Wednesday, December 13, 2006

Por um fio

A vida é feita de escolhas. E das suas consequências. Nunca podemos com total eficácia prever o futuro. Nunca sabemos de antemão se nos vamos arrepender da nossa escolha. Nem sabemos como os outros irão responder às nossas escolhas. Em última análise, somos sempre egoístas no momento da escolha. É justo. É sempre o Ego que tem de sobreviver depois da revolução.

Tuesday, December 12, 2006

Little Lady Bug


Diz que as joaninhas dão sorte. Diz também que os vencedores são aqueles que sabem que vão vencer ("Little Miss Sunshine"). Nunca penso muito nessas coisas, embora me limite a jogar quando sei que posso ganhar. Já uma vez divaguei sobre o facto de, para mim, tudo ser um jogo.

A verdade é que, quase sempre, acredito piamente na minha derrota ao longo de quase todas as jogadas. É tal a confiança nesse fado que chego invariavelmente à véspera da minha capitulação com uma calma assustadora. Uma frieza e uma clareza que me dão uma precisão milimétrica. Já meditei várias vezes que é uma sorte não me dar para a maldade. Tenho quase a certeza que, neste estado, seria capaz de matar - bem, eu disse acho. Enfim, stresso antes e depois, mas nunca enquanto o palco é meu.

E tenho sorte. Aquela sorte bíblica a que alguns chamam milagre, mas que é apenas um acaso, um golpe: os dados a meu favor.

Hoje foi assim. Quando senti a minha cabeça a prémio e aquela calma gélida começou lentamente a congelar-me as veias, os ventos mudaram a meu favor. Num instante tudo mudou de mau a óptimo.

E se pensar bem, sem que tenha tido grande mérito nisso, tem sido sempre assim.

Irritam-me...

Pessoas que andam devagar e ocupam o passeio todo;

Condutores que demoram imeeeenso tempo a arrancar quando o semáforo fica verde;

Que me chamem "linda!";

Pessoas pedagógicas - daquelas que falam muuuiiiito devagar, e explicam tudo muuuuiiiito bem;

Que me perguntem "queres falar sobre isso" quando estou furiosa ou triste;

Pessoas auto-clementes;

Que me toquem ou mimem quando estou irritada;

Que me deixem à espera sem avisar;

Que me peçam que dê a minha opinião e depois fiquem furiosos comigo;

Que me vendam algum (qualquer que seja) ponto de vista como sendo o único;

Que me chamem "querida";

Locutores de rádio em geral e o Pedro Ribeiro em particular.

Monday, December 11, 2006

Sobre a pequenez

Sinto-me sempre culpada quando julgo a pequenez dos outros. Pois que a pequenez dos outros não seria pequenez, não seria nada, se a ela reservássemos o lugar que guardamos às coisas pequenas. A culpa, a minha culpa, advém da pemissividade com que lido com a pequenez e a preguiça que tenho em repeli-la. É apenas quando a pequenez faz grandes estragos que me disponho a reconhecê-la e afastá-la. Às vezes é tarde de mais. E a culpa é minha. Só minha.

Monday, December 04, 2006

Assimetria Relacional

Love looks not with the eyes, but with the mind;
And therefore is wing'd Cupid painted blind:
Nor hath Love's mind of any judgement taste;
Wings and no eyes figure unheedy haste:
And therefore is Love said to be a child,
Because in choice he is so oft beguiled.

Midsummer Night's Dream, William Shakespeare

A não correspondência de sentimentos é talvez dos factores mais cruéis da natureza humana. Num mundo perfeito, os sentimentos funcionariam em simetria absoluta. Há toda uma gestão de expectativas, gestos, palavras e atitudes que conduz invariavelmente ao erro. É um jogo em que o racional vira demente e o emocional sonhador. A verdade é difusa. O caminho a seguir um limbo. No fim, há sempre quem sofra de ambos os lados da barricada. As dores de amor são agudas, mas a culpa de as ter provocado também. O que é uma maçada descomunal nos dias que correm.
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