Thursday, August 28, 2008

Exorcisar

João: ja exorcisamos?
me: bom
já mudámos o meu humor
and that's pretty good
i guess

João: (fez uma daquelas cenitas que fazem corações)
me: (a tal cenita)
iuki love stuff
João: FU
u love it and u know it
u just say u don't
but u do
(boneco com língua de fora)

me: I do LOVE iu
i just don't LOVE the iuki love stuff
João: loool
i don' believe it
me: but i do
i do LOVE iu
even if iu LOVE the iuki love stuff
João: lool
i love the iucki love stuff
not the greasy grose love stuff
there's a BIG HUGE diference
me: well
iuki love stuff is iuki love stuff is iuki love stuff

@Gmail Talk, tal e qual, com inglês enviesado e tudo.

You dream. You learn.

me: pois
mas eu nem tenho pensado nele
e aliás
lá está
no sonho ele era como eu gostaria que ele fosse
e não como ele é

João: mas isso e sempre assim
passamos a vida a sonhar
ate qdo estamos acordados e vemos a pessoa como gostaria q ela fosse e n como ela de facto é...

@Gmail Talk

O vómito

Há uma tendência natural para desprezar os que bajulam. Os elogios, para serem tidos em conta, devem ser certeiros, cirúrgicos e guardados para a ocasião certa. E como é assim comigo, imagino sempre que é assim com todos - sim, o meu umbigo é gigante. Parece que não. Que há quem implore por um elogio e quem apareça logo depois, de rabo a abanar, para o dar, conceder e exacerbar.

O que mais adoro nos meus amigos, nos MESMO amigos, é a capacidade constante de me darem na cabeça. De se preocuparem ao ponto de me apontar os erros. De vez em quando, muito raramente (porque as coisas raras são sempre mais preciosas), passam-me a mão pelo pêlo (esta expressão é tãããããããããooooooo boa de se escrever!).

Mas não. Há quem aposte em amizades de bajulação mútua. E goste. Sem consciência (acho) de toda a superficialidade peganhenta. E quando tenho o azar de ler, ouvir, saber, de elogios baseados em mentiras absurdas, dá-me nojo, dá-me asco. E o vómito tem a cara do bajulador e do bajulado.

Thursday, August 21, 2008

Almas Gémeas


Na vida real, estes dois vivem juntos. Para os lados de Alvalade. Com vista para o LNEC.

Factual



It has only just now occurred to me that really I could write all sorts of fantastic nonsense about my life in these memoirs and everybody would believe it!


The sea, the sea Iris Murdoch
É verdade. De muitas maneiras podemos sempre pintar a nossa vida como queremos. E há um ponto em que sobre as nossas memórias conseguimos enganar o mundo. Mas o passado, o nosso passado, mantém-se inalterado. E é com essa memória, nossa e não partilhada, que temos de (sobre)viver. Para mal dos meus pecados

Wednesday, August 20, 2008

Almas

Irritam-me as pessoas que fazem alusões à sua alma. Ou que passam a vida a referir-se à alma (triste, feliz, melancólica) como se se estivessem a referir a si próprias. Eu, pessoalmente, acredito que não tenho alma. Se a tivesse tinha-a a vendido nos anos 90, a tempo de evitar muita coisa. Além de que, muitas vezes, quase que sinto os exércitos hormonais a prepararem aquela que será a próxima asneira.

Sunday, August 17, 2008

Corte de cabelo



É um playmobil?

Não!

É um capacete?

Não!

É um cogumelo?

Não!

É o novo corte de cabelo da Joana.

Youtube

Os posts abaixo foram postados via youtube. Há séculos (o do Elvis há perto de um mês). Achava que simplesmente andava a fazer qualquer coisa mal. Mas não. O youtube estava só à espera de vomitar os videos no meu blog.

Saturday, August 16, 2008

Olympics Soundtrack by Nike

Do you still remember who you are?

Laranja, laranjinha, clementina?

Who are you?

Live

Há memórias que não se partilham. Por muito que custe. Por mais que tentem dizer-nos que sentiram a nossa falta ou nos contem todos os detalhes. Há coisas que só estando lá - live.

Thursday, August 14, 2008

Dilema

Gosto de rugas e outras marcas. Cicatrizes. Lembram-me sempre uma estória que faz parte da minha história. As sardas que tenho nos braços lembram-me os verões enormes cheios de praia. A cicatriz no polegar direito lembra-me uma tarde em que dei em arqueóloga e do tempo infinito do recreio.

Gosto de rugas, das dos outros e das minhas. Das que tenho nos olhos e que são de me rir, da que tenho na testa porque sou meia míope. Gosto destas marcas porque me lembram do tempo que passa e provam que a vida nem sempre é a direito.

Ando cheia de cabelos brancos. Tendo em conta que o meu cabelo é quase preto, a coisa preocupa-me. Gosto da ideia de o deixar assim, "como Deus quer". Significa que aos trinta vou ser grisalha, mas vou ter cara de miuda à mesma (espero). Criando um aspecto diferente e evitando décadas a "disfarçar" a palidez capilar.

Por outro lado, às vezes penso que posso ter cara de miúda durante imenso tempo. Mas pintar o cabelo parece uma "traição" às cicatrizes e rugas de que tanto gosto...

Wednesday, August 13, 2008

O Principe Encantado


Crescemos a ouvir histórias em que as princesas são salvas por um principe encantado que passa. Que temos almas gémeas à nossa espera, que há uma "meia laranja" que nos completa. Depois crescemos, descobrimos que somos capazes de nos apaixonar por cretinos, disfuncionais e toda uma série de idiotas que não recomendamos nem para a bruxa má e muito menos para a princesa. Também nos apaixonamos por gajos fixes que simplesmente não nos acham assim tão fixes e que nos esquecem. Pelo meio fazemos de cretinos disfuncionais com quem gosta mesmo de nós, apenas porque o timing não é o certo ou porque temos o azar de não retribuir.

Depois há aquela coisa de ser "ridiculo" viver à procura de um grande amor. Quais meias laranjas?! Temos de ser a laranja inteira e encontrar outra laranja. Funcional. Depois, porque estamos mais velhos, percebemos que isso de ser funcional e não ter "issues" só funciona até certa idade, que a partir de dada altura todos temos issues. Crescemos e ficamos exigentes. Poderiamos até ficar descrentes ou pessimistas. Os desgostos amorosos enchem a literatura, a música e todas as artes. E as pessoas que nos estão mais próximas.

Um raio de esperança subsiste. Há excepções. Casais que se adoram e que nós adoramos. Não são perfeitos, mas funcionam. Mostram que acreditar no amor não é o mesmo que acreditar na pedra filosofal.

Depois, volta e meia, um desses casais tem a audácia de se separar e achamos que é melhor assim, não levar nada a sério, sem lágrimas, sem chatices nem nada.

Monday, August 11, 2008

R.I.P.


Friday, August 08, 2008

Dançar



Nunca aprendi a dançar. Tive, claro, aulas de ballet porque todas as meninas tinham. Dois anos em que percebi porque é que os humanos em geral, e eu em particular, têm de andar com o pé todo no chão. Tive algumas aulas de salsa, danças latinas e até uma aula de pole dancing. Em Marrocos tive aulas de dança do ventre e, no entanto, nunca aprendi a dançar.
Em pequena, o meu Avô punha discos a tocar e deixava que eu, com os meus pés pequenos em cima dos dele, me arrastasse num pas-de-deux improvisado. Acho que o meu Avô nunca teve aulas de dança. E, no entanto, sabia dançar. Soube dar às minhas memórias o movimento eterno das músicas que ouviamos.

Monday, August 04, 2008

Sunday

Nunca achei que a felicidade pudesse ser sequer um sentimento constante. Posso olhar para uma altura da minha vida e dizer "naquela altura era feliz". Mas se me perguntassem nesses dias, não me sentia feliz a toda a hora. Ainda hoje se me perguntarem se sou feliz, tenho alguma relutância em responder. Não posso dizer que não o sou, sem sentir que estou a cometer alguma heresia. Acho que a felicidade é uma coisa momentânea que nos invade inesperadamente quando os planetas de alinham, as partículas se encontram.



Mas há alturas, momentos, em que sou feliz. Apenas porque a luz do final de tarde em Lisboa é bonita e encandeia, porque a música é má (e 90's!!!!) e eu sei a letra de cor, ou apenas porque a grito (não me atrevo a chamar àquilo "cantar") acompanhada...

Talvez a felicidade seja aquele momento em que acreditamos em qualquer coisa. A felicidade vem (segundo a mestra Bridget) de alcançar metas. Acho que sou feliz na altura em que vejo a meta. Quando lá chego é que começo a questionar se era ali que devia estar.

Friday, August 01, 2008

Carpe Diem

Gather ye rosebuds while ye may,
Old time is still a-flying:
And this same flower that smiles to-day
To-morrow will be dying.
Este excerto de um poema de Robert Herrick aparece no "Clube dos Poetas Mortos", esse filme de onde todos parecem ter tirado a ilação de que a vida é demasiado curta e que temos de "aproveitar cada dia".
Robert Herrick viveu no século XVII. O trabalho de Robert Herrick não consistia em gerir os pedidos de inúmeros egos dentro de um time schedule finito. Robert Herrick não saia do trabalho e corria até ao Pingo Doce, para lá chegar mesmo antes do fecho, e depois corria para casa. Robert Herrick não tinha pelo menos 8 horas do seu dia com a cabeça ocupada com problemas que, a bem da verdade, lhe eram totalmente alheios.
Robert Herrick pertence a uma geração em que olhar para as plantas é bonito. Onde fazer algo nada é bonito. Robert Herrick não sabia o que é não ter tempo.
Porque se soubesse, estava-se nas tintas para as plantinhas.
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