Tuesday, January 23, 2007

Cláusula Contratual

Caro Deus,

Lendo atentamente o meu contrato de admissão à vida terrena, constato a alteração de uma cláusula sem que disso eu tenha sido sequer notificada. Estranho essa atitude da Vossa parte, uma vez que as nossas relações sempre se pautaram pela máxima honestidade. Nunca neguei que renego os Vossos ensinamentos e mais ainda essa comunidade beatífica que burocratiza as nossas relações. Por isso mesmo tomo a liberdade (perdoe-me a audácia) de directamente me digir a Vossa Divindade.

A Cláusula em questão diz respeito ao clima em que concordei estabelecer-me. Apesar das advertências (porque o sol no Verão é forte, e a Primavera demasiado extenuante para quem como eu sofre de alergias) tenho a certeza que no contrato por mim assinado estava explícito o meu desejo de habitar em local com clima ameno o ano inteiro.

Como tal, não percebo a que devaneios - certamente humorísticos para a sua classe - se deve a temperatura que por estes dias se faz sentir na cidade que me viu nascer. Nem tão pouco aceito aquelas ridículas demonstrações de poder, bafejando de neve as calçadas inclinadas de Lisboa.

Pedia-lhe, humildemente, que se mantivesse fiel à sua palavra e pusesse ordem nos termómetros (um conselho: São Pedro é senhor para já estar em idade de reforma).

Atentamente.

Joana

PS - Também não achei graça, agora que tive tempo para ler as letras mínimas, à história do No Pain, No Gain; mas como posso quase jurar que ignorei as letritas quando assinei o contrato, em relação a isso faço um Mea Culpa.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

N gosto de luvas

14:35  
Blogger MiM said...

e eu que tinha um emprego perfeitamente decente a combater as alterações climáticas...

17:47  

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