Thursday, April 19, 2007

(un)Happiness


A minha irmã queixava-se hoje que ninguém "está bem". As pessoas inventam e concentram-se em pequenos detalhes para fazerem das próprias vidas pequenos infernos. Aos estranhos respondemos sempre um "estou bem" e aos próximos sobrecarregamos com pequenos nadas que nos impedem de gritar "sim, sou feliz". Acho mesmo que nos dias que correm a infelicidade é um hype. Somos unânimes em admitir que um primeiro-ministro pode nem ter a 4ª classe, mas Deus nos livre de ter um primeiro-ministro feliz. O que seria o Sócrates dizer "os meus filhos são saudáveis, a minha mãe está viva e tenho o emprego que sempre quis. Sim, sou um homem feliz". Imagino até o Marques Mendes, em cima de um banquinho, a fazer discursos às massas, indignado com tamanha felicidade.


Chateia-me esta coisa de que é "fixe" andar no psicólogo/psiquiatra. De que as pessoas sofridas são mais interessantes, que têm mais conteúdo. Se alguém gritar que é feliz é internado por louco. Talvez, parece-me, seja melhor viver nessa loucura consciente que nesta lucidez de infelicidade inútil que invadiu as ruas da minha geração.
Segundo o Google, o caracter chinês da imagem acima simboliza a felicidade

3 Comments:

Blogger A. said...

Quando tinha vinte anos lembro-me de acreditar que a felicidade nada mais seria do que o conjunto de pequenos momentos mágicos, que vinham e passavam e não duravam muito. Seriamos pessoas tão mais felizes quanto maior número desses momentos pudessemos coleccionar.
Os anos passaram e acho que nunca fui tão feliz como sou hoje. Não obstante, posso afirmar, sem pudor, que a minha vida é bastante rotineira, pouco dada, nesta fase, a momentos de êxtase arrebatador. Descobri que a felicidade é uma paz interior, uma atitude, um estar de bem com a vida que nos permite apreciar os pequenos prazeres e minimizar as contrariedades do dia a dia.

22:40  
Anonymous Anonymous said...

estou contigo A., a felicidade aliás é quase uma decisão, uma tomada de consciência! Eu, joaninha, sou feliz (apesar de realmente resmungar um bocadinho) e tu fazes parte da minha felicidade!

12:38  
Blogger Chicão said...

Não me parece que seja propriamente um hype, mas antes uma característica de uma sociedade que, ao exigir tanto dos demais, acaba por esmagar a vontade e a disponibilidade para se amar o que se tem em vez de se perseguir o que não se tem (e muitas vezes não se pode ter).

Miss you baby.

P.S.: Como já te disse, tratamentos em psiquiatras ou psicólogos devia ser obrigatório. Há por aí tanta gente a precisar...

Beijo

14:37  

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