Sunday, August 19, 2007

O que gostaria de ter sido eu a escrever

Mas o género humano em que mais tenho meditado nos últimos tempos é o daquelas pessoas que adquirem naturalmente uma reputação de frágeis, emocionais, afectivas. Depois vai-se a ver e são precisamente o oposto. De fácil choro, sentimentalizam as relações pessoais e expõem histórias terríveis de divórcios e destroços familiares. Não há quem não se apiede delas. E sobretudo não há quem possa desgostar delas. No entanto, tenho visto casos em que tanta exaltação afectiva serve para disfarçar a inquietude moral que também se encontra num mau carácter. É um mundo extraordinário e trágico o destas pessoas. Gente que faz o possível para ser boa, que quer a aprovação dos outros, que vive à conta de emoções desconjuntadas, mas que por defeito de fabrico não consegue estar à altura, não chega ao que imaginou. Estes demancham-se na primeira oportunidade.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Outro tipo é dos que prometem solidariedade incondicional como quem cultiva uma noção masculina da amizade. Mas vem o dia em que o exercício dessa solidariedade implica ceder um pouco do seu espaço e da sua importância. E, evidentemente, não há cedências para ninguém. Tudo é vaidade, diz não sei onde o Eclesiastes sem abrir excepções. E a solidariedade incondicional passa rapidamente a solidariedade condicionada.

14:18  
Blogger Maria Rita said...

caraca, gostei do texto mas tb gostei do comentário do sr ou sra anonymous!
Agora espero descobrir um texto,vou procurar diria mesmo; em que o ser ser humano descoberto não tenha sido uma má noticia!

17:42  

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