O choque
Primeiro continuo como se nada fosse. Recusando-me a assumir o choque, a surpresa. Sorrio e finjo que não me importo, que sou adulta, que essas coisas não me chateiam assim tanto, que não afectam o dia-a-dia e há crianças que morrem de fome e isto não me pode chatear. Ganho uma coragem irrisória e enfrento a coisa, sem na verdade a enfrentar, porque o sorriso é fachada e apetecia-me ser bruta, desagradével e dizer tudo o que me passa pela cabeça. Mas nem sei explicar o porquê do choque ou porque é que magoa. Participei na contrução das regras do jogo e devia aceitar e calar. Sem choques.
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