O pior trabalho do mundo
Já sei. Acham que é o vosso. O dos almeidas. Armar o cabelo da Manuela Eanes. Nada disso. O pior trabalho do mundo, ou melhor, O Pior Trabalho do Mundo - solenidade oblige - é ser pedicure de idosas.
Sempre que fui polir os chispes, meditei na difícil tarefa da minha querida São. Mexer em pé alheio é coisa que guardo para momentos de Grande Intimidade (solenidade oblige). E até tenho um pé direitinho, branquinho, lavadinho. Sem joanetes. Cheio de cicatrizes, é certo, mas duas já não se vêem e as outras vão pelo mesmo caminho. Unhas cor-de-rosinha, sem calos um mimo. E, mesmo assim, já acreditava que não me agradaria estar no lugar da São.
Pois parece que o Natal é a quadra ideal para os pés mais idosos saírem do fundo dos baús, perdão, dos sapatos ortopédicos. Houve logo quem dissesse que, no Natal, os velhinhos têm sexo, por que outra razão velhinhas com os pés para a cova (bom, pelo aspecto, com os pés na cova) fazem filas nos cabeleireiros do bairro para dar lustro aos presuntos? Que outra razão para além de um último êxtase carnal as podia levar a perder o Contacto Especial Natal? Os humanos são muito básicos e a carne (mesmo em decomposição) dificilmente resiste aos prazeres mundanos.
Ora bem, até aqui nada de mal, excepto para aqueles leitores que, com um casal de avós ainda com coração resistente a enfartes, acabaram de os imaginar em Secretas Celebrações Natalícias - solenidade oblige. O mal minha gente é que se as mamas descaem, o queixo se multiplica e o estômago dilata, os pés também não envelhecem bem. Bom, dedos que crescem desnorteados, cada um em sua direcção, unhas esquisitas (n o j o), veias, joanetes, peles, restos da terra onde nasceram no século XIX. Há de tudo.
Por isso, este Natal, o meu pensamento e solidariedade está com as pedicures que têm nas mãos os pés idosos. Bom, e no Padre aqui de São João de Brito, que parece-me que as Secretas Celebrações Natalícias vão levar a muito velório ainda antes de 2009. Oh se vão!
Sempre que fui polir os chispes, meditei na difícil tarefa da minha querida São. Mexer em pé alheio é coisa que guardo para momentos de Grande Intimidade (solenidade oblige). E até tenho um pé direitinho, branquinho, lavadinho. Sem joanetes. Cheio de cicatrizes, é certo, mas duas já não se vêem e as outras vão pelo mesmo caminho. Unhas cor-de-rosinha, sem calos um mimo. E, mesmo assim, já acreditava que não me agradaria estar no lugar da São.
Pois parece que o Natal é a quadra ideal para os pés mais idosos saírem do fundo dos baús, perdão, dos sapatos ortopédicos. Houve logo quem dissesse que, no Natal, os velhinhos têm sexo, por que outra razão velhinhas com os pés para a cova (bom, pelo aspecto, com os pés na cova) fazem filas nos cabeleireiros do bairro para dar lustro aos presuntos? Que outra razão para além de um último êxtase carnal as podia levar a perder o Contacto Especial Natal? Os humanos são muito básicos e a carne (mesmo em decomposição) dificilmente resiste aos prazeres mundanos.
Ora bem, até aqui nada de mal, excepto para aqueles leitores que, com um casal de avós ainda com coração resistente a enfartes, acabaram de os imaginar em Secretas Celebrações Natalícias - solenidade oblige. O mal minha gente é que se as mamas descaem, o queixo se multiplica e o estômago dilata, os pés também não envelhecem bem. Bom, dedos que crescem desnorteados, cada um em sua direcção, unhas esquisitas (n o j o), veias, joanetes, peles, restos da terra onde nasceram no século XIX. Há de tudo.
Por isso, este Natal, o meu pensamento e solidariedade está com as pedicures que têm nas mãos os pés idosos. Bom, e no Padre aqui de São João de Brito, que parece-me que as Secretas Celebrações Natalícias vão levar a muito velório ainda antes de 2009. Oh se vão!
1 Comments:
eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh
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