Monday, November 06, 2006

Tempestade

Joseph Mallord William Turner
Snow Stor
As tempestades, aquelas tempestades que nos arrepiam pelas cores, pelo rasto de mudança que deixam à sua passagem, essas tempestades, não se anunciam. Nem chegam de mansinho como o sol na Primavera que se vai iniciando nas manhãs geladas de Fevereiro. Nem tão pouco são feitas de ameaças, bluffs ou pequenas deixas corriqueiras. Têm o ímpeto da energia sufocada e reprimida. Têm a veemência carnal de um espectro a quem oferecem de novo a oportunidade de pecar. As tempestades, aquelas que me assustam porque são minhas, porque em mim nascem e em mim fazem morrer sonhos, vontades, ideais, essas tempestades, não se anunciam. Acontecem. E acordam-me.

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