Monday, January 15, 2007

Norman Bates e o Síndrome da Cinderela


Há uma cena no filme "When Harry met Sally" em que o Billy Crystal (Harry) explica a uma ainda desplastificada Meg Ryan (Sally) que o problema entre homens e mulheres reside na distância entre 30 segundos e a noite inteira. Segundo Harry, as mulheres gostam de ficar abraçadas ao seu amante uma noite inteira, enquanto os homens preferem dar de frosques ao fim de 30 segundos.

O mal, digo eu, é que há quem não desgrude ao fim de 30 segundos. Devia ser possível flirtar, conquistar e depois puff... voltar tudo ao normal, como nada se tivesse passado. Mas não. Há sempre o trocar de números e um sem número de inconsequentes e (i wonder why) boicotadas tentativas de marcar um date.

Tenho para mim que há duas fases nas relações em que é difícil ser 100% honesto. Logo no início e mesmo no fim. No princípio tentamos não ser crueis para no fim (se for um fim for real) acabarmos com uma crueldade que também não sentimos.

A questão complica-se quando o princípio e o fim se situam num espaço de algumas horas.

Por isso, não, coitado, ele não tinha nada de "Norman Bates", nem de psico. Era até amoroso. Só alguém amoroso nos convida para tomar chá. Talvez que desta vez eu devesse ter ignorado a forma como volta e meia decido ser a Cinderela e desaparecer (foi uma fuga) às 6h30 da manhã.
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