Adorável
Sou, regra geral, adorável.
Facilmente conquisto uma pessoa que acabo de conhecer. Mesmo sem esforço. Quer esteja na minha versão tímida-olhos-de-bambi, quer esteja furiosa e com um linguajar de carroceira-a-quem-chateia-a-possidonice-alheia.
Uma sorte diriam muitos. Um karma, explico eu.
É fácil gostar de mim e é fácil construir mitos à minha volta. A maioria das pessoas não quer mais do que uns momentos de atenção, de pessoas que as oiçam e lhes digam exactamente o que querem ouvir. Sou boa nisso. Muito boa. Se a isto juntarmos uma propensão natural para a galhofa e uma cultura mediana, temos como resultado uma miúda bastante adorável.
Só que ninguém é adorável o tempo inteiro. E se oiço o que me dizem - os grandes dramas humanos que ocupam qualquer um - também é certo que, na grande maioria das vezes, uns instantes depois já me esqueci. E se é certo que sei exactamente aquilo que as pessoas gostam de ouvir e, quase sempre, os meus timings são exemplares, muitas vezes (cada vez mais) resolvo ser eu e dizer precisamente o que penso.
E é por isso, precisamente por isso, por essa quase obstinação crescente em assumir os meus pontos de vista, em insistir comigo mesma para decidir o que quero e o que me faz bem, que parece que alieno aqueles que viviam ofuscados com a minha aura adorável.
E se criei este ser que a todos conquista, porque se trata de uma invenção minha, choca-me que por ser mais eu, que ao deixar cair a máscara, os outros se afastem. É como se achasse que, depois de conquistados, eu pudesse relaxar e ser eu mesma. Um erro básico de estratégia. Parece uma consequência lógica, mas é um resultado ao qual me estou ainda a adaptar. Daí talvez a fragilidade dos últimos tempos. As lágrimas fáceis que sempre me enervaram e que para mim serão sempre sinal de fraqueza e desnorte.
É duvidar do que tinhamos por certo, mesmo quando a razão nos mandava questionar aquilo que temos seguro. É ter a consciência de que tudo podemos perder e a certeza de que o que sobrevive a este filtro vale a pena. Nem que seja pela persistência.
Facilmente conquisto uma pessoa que acabo de conhecer. Mesmo sem esforço. Quer esteja na minha versão tímida-olhos-de-bambi, quer esteja furiosa e com um linguajar de carroceira-a-quem-chateia-a-possidonice-alheia.
Uma sorte diriam muitos. Um karma, explico eu.
É fácil gostar de mim e é fácil construir mitos à minha volta. A maioria das pessoas não quer mais do que uns momentos de atenção, de pessoas que as oiçam e lhes digam exactamente o que querem ouvir. Sou boa nisso. Muito boa. Se a isto juntarmos uma propensão natural para a galhofa e uma cultura mediana, temos como resultado uma miúda bastante adorável.
Só que ninguém é adorável o tempo inteiro. E se oiço o que me dizem - os grandes dramas humanos que ocupam qualquer um - também é certo que, na grande maioria das vezes, uns instantes depois já me esqueci. E se é certo que sei exactamente aquilo que as pessoas gostam de ouvir e, quase sempre, os meus timings são exemplares, muitas vezes (cada vez mais) resolvo ser eu e dizer precisamente o que penso.
E é por isso, precisamente por isso, por essa quase obstinação crescente em assumir os meus pontos de vista, em insistir comigo mesma para decidir o que quero e o que me faz bem, que parece que alieno aqueles que viviam ofuscados com a minha aura adorável.
E se criei este ser que a todos conquista, porque se trata de uma invenção minha, choca-me que por ser mais eu, que ao deixar cair a máscara, os outros se afastem. É como se achasse que, depois de conquistados, eu pudesse relaxar e ser eu mesma. Um erro básico de estratégia. Parece uma consequência lógica, mas é um resultado ao qual me estou ainda a adaptar. Daí talvez a fragilidade dos últimos tempos. As lágrimas fáceis que sempre me enervaram e que para mim serão sempre sinal de fraqueza e desnorte.
É duvidar do que tinhamos por certo, mesmo quando a razão nos mandava questionar aquilo que temos seguro. É ter a consciência de que tudo podemos perder e a certeza de que o que sobrevive a este filtro vale a pena. Nem que seja pela persistência.
6 Comments:
Não concordo babe. Não mesmo. As grandes amizades são aquelas que sobrevivem ao cair das defesas, ao embate com a "verdade". essas sim, jones, valem a pena, o resto são sombras de árvores alheias!
A tua sinceridade e frontalidade só te tornam mais genuína, o que é tãããão raro nos dias que correm. E é uma honra, um prazer poder estar ao teu lado, quer seja para a galhofa quer seja para sentir esse cabelo fantástico no meu ombro.
Pedras no caminho baby? Vamos guardar todas e construir um castelo! Vale?
Luv ya!
só vi o chicão uma vez e já sou fan! :P bolas, tirou-me as palavras da boca, uma a uma! já nem digo mais nada.
o concubinato com este jovem de olho claro agendado para setembro está mais do que aprovado e com selo de garantia "ucha"!
**ucha
VIZINHOOOOOOOSSSS!!!
LooooL! Venha a Fêsta!
Ucha: :$
Tens esse extraordinário talento de passar o que sentes para o papel com uma fluidez que parece fácil.
O que facilitou ainda mais a minha identificação com o desabafo!
Sintomas geracionais de gente boa e devo dizer que todo o texto respira força e coragem. Com as lágrimas vai o lastro que não precisavas. Mas acho que isso já sabias..
Subscrevo na íntegra.
Bjs
MAS
P.S. Adorei o chicão!
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