Geração defensiva
Houve tempos em que uma poeta (que não acabou os seus dias com a cabeça repleta de happy thoughts) dizia que o Amor se cantava a "toda a gente". Hoje em dia é, cada vez mais, uma coisa nossa. Cantar o nosso amor é abrir uma via verde para as nossas fragilidades, pelo que, muitos de nós otam pelos jogos enviesados a que comummente chamamos de amor. Uma festa aqui, desprezo acolá, ah agora já vens, agora não quero. Cantar o amor, hoje, é como que oferecer o peito ao inimigo e aguardar calmamente a estocada final.
1 Comments:
Oi Joana,
Gostei muito dos teus posts. Tens uma habilidade tremenda em colocar por palavras aquilo que sentes.
Quanto a esta geração, eu falaria particularmente dos homens. Hoje, mais defensivos.
Jogos, sempre os houve, e estocadas também.
Os homens, uma vez interessados (não importava se muito ou pouco) ofereciam o peito e aguardavam sem qualquer pudor todas e quaisquer estocadas. Fazia parte. E não se envergonhavam, caso desse para o torto. Não amuavam e insistiam, consoante o grau de interesse.
Já as mulheres, fazendo jus à sua própria natureza, sempre jogaram, de certa forma, na defensiva; quais damas aguardando que os homens dessem provas e mais provas de que eram dignos de alguma atenção.
Pois não quero cair na tentação de colocar toda a reponsabilidade nos homens, mas acho que era tudo muito mais fácil - para nós e para eles também - quando eles não mostravam medo. Ainda existem alguns assim, cada vez menos.
E então cantar o Amor é cada vez mais complicado. Para uns e para outros, qual bola de neve. Para as mulheres, para quem medir o grau de interesse - capacidade dos homens em gritar alto o Amor -sempre foi um lema; e para os homens, mais orgulhosos, menos corajosos, que por sua vez vão ficando mais assustados e menos capazes de provar seja o que for. Será somente fruto da sua própria inabilidade?
Não sei se concordas, mas acho grave que os homens hoje em dia fiquem tão facilmente amuados.
Sim, somos parte de uma geração mais defensiva.
Laura
bjs
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