Wednesday, July 16, 2008

A fact is a fact is a fact

A verdade pode ser vista por muitos olhos e contada por muitas bocas. Um facto pode ser manipulado até perder contornos exactos, mesmo assim, contra certos factos não há argumentos. As palavras podem também sofrer interpretações dúbias. E contadas a terceiros - com um ou outro ponto a mais - podem mesmo ser inteiramente descontextualizadas e o seu significado dramaticamente alterado. Uma pessoa que diz a verdade, no sentido em que relata um facto real, pode estar muito longe de ser verdadeira. O timming para a verdade pode ser tão crucial e importante como a verdade em si. Mais, quando duvidamos das motivações e/ou inteligência da pessoa que, aparentemente, nos está a contar a verdade, temos obviamente sérias dúvidas em acreditar nela. E uma verdade cheia de dúvidas, deixa de corresponder a um facto real passado para pertencer ao domínio da especulação.

Desconfio sempre de grandes verdades contadas gratuitamente. Defeito da minha profissão, possivelmente. Informação, conhecimentos sobre a verdade dos factos, é sinónimo de poder. Não poder no sentido ministerial da palavra, mas poder de gerir a verdade e a sua revelação - e, helàs, a reacção dos outros a esta verdade. O timming novamente. A verdade tem um custo e muitas vezes obtê-la tem um custo - quanto mais não seja, o de nos mostrarmos confiáveis. Daí que a sua revelação gratuita, na minha humilde opinião, pode ter apenas uma de duas razões: ou serve um objectivo, e nesse caso tornamo-nos intrumento do plano de outrém, ou estupidez.

2 Comments:

Blogger Maria Rita said...

PERFEITO!

10:39  
Anonymous Anonymous said...

Tal como há mais do que uma maneira ou intenção de relatar um facto, há mais do que uma maneira ou intenção ao obter um facto de outra pessoa. A revelação gratuita de informação pode originar-se num acto de estupidez ou manipulação, mas no momento em que tal acontece, expira o tal poder de que falas - ambas as partes tornam-se possuidoras da informação. No entanto, o receptor pode muito simplesmente perceber qual o propósito da facultação de informação, ou que ela nasce de pura estupidez. Nesse caso, quem é o manipulador e o manipulado? Se me apercebo que estou a lidar com alguém com o QI de um iogurte, isso será um facto novo e precioso que recolho do acontecimento. Se me apercebo que há uma hidden agenda por detrás daquilo que é dito, também isso será uma informação quiçá ainda mais importante que se obteve.

11:59  

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