Friday, January 09, 2009

O depois

Antes fico uma pilha. Odeio confrontos, odeio algo que me afaste minimamente do que eu acho ético (e o que eu acho ético é uma lista mais ou menos estranha ao comum dos mortais), odeio ser a má da fita, odeio ter de ser assertiva, taxativa. Depois parece que, com esta história toda, ascendi ao nível de heroína da classe trabalhadora (não a droga), aquela que-apanha-a-classe-patronal-na-própria-teia. Ora de socialista tenho muito pouco e de heroína (não a droga) muito menos, até porque acho que ser herói é meio caminho andado para ser mártir e os mártires, diz a história do Vaticano, raras vezes acabam bem, se excluirmos a vida para além da morte coisa em que um ateu dos sete costados, tipo eu, não acredita.

Durante a coisa penso zen, cravo as unhas na palma da mão, sorrio como se não fizesse rugas e tento falar pausadamente, coisa que na vida real não consigo. Tento ser muito clara, despejar o discurso tão bem planeado, repetido ao pequeno-almoço e a meio da manhã, sem deixar nenhum detalhe de fora.

Logo a seguir entro em fase catatónica, que o pior já passou e o lexotan tem os seus efeitos. O mundo está meio nublado, as pulsações baixam e tudo é motivo de galhofa. É o alívio.

Depois vem a descompressão e uma valente enxaqueca.
FREE hit counter and Internet traffic statistics from freestats.com