Uma minhoca pela garganta abaixo

Pois que tudo começou com dores de estomago. Que era uma virose. Que anda para aí uma virose "daquelas". Também tive vómitos e todos os sintomas menos dignos de referir que a dita virose traz. Mas os sintomas passaram e a dor de estomago continua, apesar do Ogasto pela manhã e o Ulcermim em doses cavalares sempre que estou acordada. Porque estou quase sempre acordada, uma vez que dormir mais do que duas horas é sinal de estomago vazio e estomago vazio é estomago que doi. Horrores. Pois que os baralhei outra vez. Como há coisa de 18 anos, quando parecia que tinha HepatiteB/Mononucleose e afinal era um citomegalovírus alojado no estomago. Depois há o historial familiar relacionado com "estomago". Que o meu pai teve uma úlcera gigante (assim mesmo "gigante" é nome técnico) que veio a revelar-se o princípio de um linfoma, já tratado e curado graças-a-deus-e-a-doses-cavalares-de-quimioterapia que o deixaram igualzinho ao Yul Breyner. Tudo bem que sou nova - apesar das flausinas pré-menstruadas que aparecem nos sítios onde saio à noite - nada dada a grandes stresses e afins. Mas confesso que estou, heroicamente vá, acagaçada.

Por isso amanhã vou, boazinha e em jejum, deixar que me sondem as entranhas e tentar não fazer fita (acho que vou estar anestesiada) quando me meterem a minhoca com câmara de filmar pela garganta abaixo.