Wednesday, April 29, 2009

Da razão e dos sonhos

Desde pequena, sempre fui muito sonhadora. Não sonhadora, "sonhadora", no sentido poético da coisa. "Sonhadora" é palavra que lembra meninas em grandes jardins ingleses, em passeios melancólicos e cabelos certinhos debaixo de um grande laço. Sonhadora sempre no sentido de não ter os pés no chão, nem os cabelos no sítio, de não me lembrar das coisas normais de quem vive. Às vezes sinto que toda a vida me esforcei para arranjar juízo, para ter razão.

Consigo, com muito orgulho e convicção, encontrar tudo o que quero na Fnac e no Pingo Doce e até na Zara, com uma competência assombrosa. Consigo. Mas começo a preferir perder-me nesses sítios a pensar em coisas parvas como a vida dos que passam, ler bocadinhos e bocadinhos de livros que não se ligam e a pensar que vestido X é, vergonhosamente e graças a deus, uma cópia perfeita de outro da Lanvin.
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