Tuesday, October 27, 2009

Everytime we say goodbye

Tuesday, October 20, 2009

Das coisas bonitas

Acho que pelo menos uma vez na vida nos apaixonamos pela Beleza. Seja pelo reflexo de um cristal numa parece branca e baça, seja pelos acordes perfeitos de Chopin, seja por uns maxilares que parecem esculpidos por pelas mãos do próprio Rodin.

Mas a perfeição é contrária à natureza humana. Somos animais. Na selva vence o instinto, não o ideal. Temos, claro, a arrogância de almejar a perfeição, de tocar e possuir o que é belo. Mas depois há a vida. Que está longe de ser perfeita e nos ensina com a precisão madrasta de quem sabe que não falha.

E então sabemos que a paixão pelas coisas belas é efémera como a Beleza em si e damos por nós sedentos por aquela falha, aquele toque de mortalidade que nos faz crer no que é eterno.

Speedy Gonzalez

Não sei bem de que é feita uma memória. A parte física, que tem de existir por força da fé em que tudo é físico. Não sei se tenho fios de energia que me ligam os neurónios, os átomos do cérebro ou quaisquer outras partículas. Até porque as imagens de hoje não ficam gravadas com a mesma nitidez de antigamente. Talvez o meu cérebro seja selectivo. Não sei.

Mas sei que nos primeiros dias de chuva há uma memória que de mansinho vai crescendo. Oiço o Speedy Gonzalez. E lembro-me das tardes de férias em que não podíamos brincar no jardim alagado. Pedíamos insistentemente até que o meu Avô cedia. E naqueles gestos doces que eram os dele, escolhia o disco. E nós dançávamos, inventando novos passos, nem sempre coordenados e sempre divertidos. Ele ensinava-nos. Com paciência e um sorriso feliz. E de tão contentes não ouvíamos nem a chuva, nem os segundos no relógio grande da sala que marcava o compasso da nossa história.

Tuesday, October 13, 2009

Das Mulheres

L'obsession des femmes est vitale, elle correspond à un besoin de vertu.

Antonin Artaud.

Thursday, October 01, 2009

It's a Wonderful Day for Pie

Friday, September 18, 2009

Do tempo das coisas

Se falar com precisão, acabo por ter de substituir frequentemente o verbo ser pelo verbo estar.

Tuesday, September 01, 2009

Setembro

É o meu mês preferido. Sempre foi. É o mês dos meus anos, o mês em que regressava a casa depois da agitação das férias em família, com primos, avós e tios. Regressava ao meu canto, ao meu quarto e à minha cidade. À escola e às rotinas que definiam os meus dias e quem era. Já não gosto de férias em Agosto porque gosto da cidade só minha, com o sol a bater quente no asfalto vazio. Mas gosto dos murmúrios que chegam com as primeiras folhas que caem, do vento que acorda e enche de sussurros as noites que esfriam. Nas folhas que caem sinto que a vida volta, são as minhas cores que enchem os passeios de formas escorregadias. Depois do calor do Estio, os sentidos acordam e volto a sonhar, a querer e a planear. Porque é destes três verbos que vivo.

Setembro é o meu mês, em que começo, em que torno a ser.

Friday, August 28, 2009

Thin Line

Às vezes, quase todos os dias, a linha que separa a vida que corre bem da vida que corre mal é quase invisível. E raramente apreciamos a diferença. Excepto em dias como hoje, em que nos vemos sentados na dita linha, à espera que o futuro jogue a nosso favor.

Fast

Sou rápida. Não o digo com orgulho. Sou rápida porque percebo mais depressa. Aprendo depressa. Sou rápida. E sou estúpida. Porque apesar de aprender depressa e saber de cor, continuo a fazer asneira.
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