Monday, June 30, 2008

Bright Young

A Vanity Fair tem um artigo fabuloso sobre as futuras estrelas de Hollywood. Com fotos maravilhosas de Mark Seliger.Todas mais novas que eu. Um deles ainda tem 26 anos. O resto... crianças. Acho que já não tenho idade para ser uma promessa. Mas também ainda não sou mais nada.

O meu favorito? Jonah Hill ( tem 24 anos...).

Feminismo

Uma reportagem na Única deu para uma discussão na praia. Uma pequena discussão a fazer lembrar outros tempos de outras pequenas discussões em que a nossa persona pública se ia revelando. Sei que a maioria das minhas opiniões tem origem numa educação, no mínimo, priveligiada. Dêem-me o desconto. Acho também que este post me quer dar uma lição de feminismo.

Não me lembro de alguma vez ter sofrido qualquer tipo de discriminação. Talvez seja este o problema. Nunca vi uma porta vedada, nunca me senti inferiorizada, apenas porque sou mulher. Vezes houve em que me fiz valer do meu género para me safar de algumas situações - atitude que choca a maioria das (dos?) feministas.

Nos circulos por onde ando, regra geral, as mulheres safam-se até melhor do que os homens.

Sei que não é assim com todos e também acho que há arestas a limar. Mas acredito piamente que não é com acções de guerrilha / mini-vandalismo que lá vão. As acções de choque criam espaço na imprensa, geram alguma (vamos ver quem fala disto nos próximos 15 dias) discussão e, mais do que tudo, criam aversão - essa sim, mais duradoura. Caras feministas, o lobby, como qualquer mulher sabe, é coisa para se fazer de forma velada, pensada estrategicamente.

Por outro lado, o radicalismo da coisa também me chateia. Poucas (poucos?) feministas aceitam que uma mulher queira para si apenas o papel de mãe. Ou de dona de casa. Não vejo preocuparem-se com a possibilidade de uma mulher responder a um chamado que, quer queiram, quer não, é biológico (o de ser mãe, não o de ser dona de casa). Não vejo lutas pelo aumento das licenças de maternidade, por exemplo.

Acima de tudo, acho que o feminismo passa por reconhecer as diferenças e integrá-las num quadro de oportunidades equivalentes. Adoro quando falam dos estereótipos masculinos como se eles fossem uma invenção civilizacional. Alguns são, outros não.

Não me conformo com o estereótipo da mulher portuguesa. Mulher que trabalha, que é mãe e tem de cuidar da casa. Mas acho que estas guerras domésticas são guerras pessoais. Se eu não obrigo o meu marido a lavar a loiça, não é um bando de estranhos que o vai fazer. Querer mudar o quotidiano doméstico através de grandes discussões públicas não leva a lado nenhum, acho. Acredito que podemos fazer muitas coisas através da melhoria do sistema de educação, mas pouco mais.

O que me aborrece no feminismo (e já agora em quase todos os ismos) é que sob a bandeira da liberdade, há uma intenção castradora. E confesso que me irritam os bandos que vão queimando os soutiens.

Eu, pessoalmente, não sei viver sem soutien.

Dos géneros (aos 20 e tal*)

Apesar de dizerem que as mulheres são mais obcecadas com a própria aparência, a verdade é que tenho ouvido mais queixume por parte dos homens que começam a perder algum cabelo do que de mulheres a falar de celulite, varizes ou mamas descaídas.

*Apesar de tudo, acredito que a tendência constatada se inverta.

Saturday, June 28, 2008

Status: Perfeita

Calor. Imenso. E uma ligeira brisa que fazia com que não morressemos destilados. O mar frio. Com ondas capazes de nos levar em carreirinhas suficientemente longas para comprometerem a compostura fatobanhística das meninas.

Só para a meio da semana ter qualquer coisa com que fazer inveja a mim mesma.

Lust for life

Friday, June 27, 2008

Mantra

To love oneself is the beginning of a lifelong romance.

Lord Goring, An Ideal Husband, Oscar Wilde (1895)

A note from Will, my Will


Ele deixou-me por um fim-de-semana. Sou uma Grace, sem Will. E na casa vazia e na distância de Sevilha está a prova do meu imprescindível room mate. Num bilhete adorável com o verso abaixo de presente extra terei de encontrar consolo para os próximos dois dias.

no inverno da memória

Infância

Sonhos
enormes como cedros
que é preciso
trazer de longe
aos ombros
para achar
no inverno da memória
este rumor
de lume:
o teu perfume,
lenha
da melancolia.

Carlos de Oliveira

Thursday, June 26, 2008

If God had a face


Lixo Cerebral

Tenho para mim (embora não tenha provas científicas para aqui fazer demonstrações) que o cérebro humano consegue juntar lixo de ideias, pensamentos e imagens em quantidades absurdas (se os pensamentos tivessem massa, tenho para mim que o lixo cerebral alcançaria a massa do núcleo da terra - e respectivo efeito magnético).

Depois, e porque o nosso consciente é como uma fina camada da crosta terrestre, volta e meia temos explosões vulcânicas sob a forma de pesadelos capazes de me por a chorar a meio da noite.

Tuesday, June 24, 2008

Bad Things

Coisas más acontecem. Em larga escala, em pequena escala, grandes coisas que provocam pequenos abalos, coisas pequenas que quase nos deitam abaixo. Heart broken. Loosing. Death. Whatever. A receita é quase sempre a mesma.

Quando andava no Liceu e o Sporting perdia, tinha fúrias em que arrumava o quarto. À segunda-feira mudava de assunto quando algum benfiquista tentava gozar e na quarta já nem me lembrava, preocupada com o que ia levar vestido para o Benzina. Parece fútil e é. Mas é assim que lido com quase tudo.

Fúria. Negação. Esquecimento.

Pode é demorar mais do que 3 dias. Mas passa. Porque, em última análise, esqueço-me sempre.

Rollin'

And you can stand right there if you want
But I’m going on
And I’m prepared to go it alone
I’m going on

Dos outros

Também são os outros, num segundo, ou num e-mail idiota, que nos fazem perder (quase) toda a fé na humanidade em geral e nos amigos em particular.

If God had a face...


Dos outros

Há alturas em que conseguimos alcançar um estádio de felicidade apenas por contribuir para a felicidade dos outros - é sempre o lado egocêntrico do altruísmo. O lado bom de ver os outros, os que interessam e os de quem verdadeiramente gostamos, felizes, é que a felicidade contagia.

Wednesday, June 18, 2008

As Belas do Baile




Tuesday, June 17, 2008

Ponto de Vista

Foco-me em pequenas coisas que se vão tornar memórias. Às vezes dou por mim a viver momentos, instantes, que sei que vão ficar para sempre na minha memória. Lembro-me de estar no Pedro Nunes, num banco antes de uma aula de fisico-química (devia estar no oitavo ou nono ano). Lembro-me da luz, dos gritos do intervalo, da roupa que vestia. Lembro-me de ter pensado que ia ter saudades daquele momento. E tenho.

É sabido que sou dada ao detalhe. Não em termos de perfeccionismo, tipo, "atenta ao detalhe", mas dada ao detalhe no sentido em que me lembro sempre de pequenas coisas e nunca da whole picture. Lembro-me do preciso instante em que me apaixonei pela primeira vez, numa tarde de Maio, embora tenha dificuldade em recordar ao detalhe a cara dele. Talvez seja por isso que não me lembro de caras, porque nunca fixo o conjunto e perco-me sempre no detalhe. Lembro-me do que falávamos, das palavras exactas, de ter sentido que aquele momento não era igual ao anterior, nem ao que se lhe iria seguir.

Nesses instantes, e às vezes acho que apenas nesses instantes, somos 100% felizes. Ainda vou tendo momentos desses. Como numa manhã como qualquer outra senti enquanto no café aqui em frente falava com a minh'alma gémea. Esse é um momento que vou lembrar para sempre, quando pensar nos meus vintes. Ou no casamento da Rita, enquanto dançávamos sem ligar às dores nos pés.

Wednesday, June 11, 2008

Feel the love

Jones e uma lata de spray II

Jones e uma lata de spray

Tuesday, June 10, 2008

The other way

Com uma despedida de solteira ontem, o filme do Sexo e a Cidade hoje e um casamento no sábado, o tema anda na ponta da língua. Cada vez que alguém à minha volta se casa, é como se assinasse o contrato da idade adulta. O que é uma estupidez, eu sei. Porque por mais que eu me sinta uma miuda, já não sou - caramba, não tarda estou nos trinta. Mas continuo a achar de adulto atirar-se assim de cabeça. I can't. E só recentemente me apercebi. A vida inteira, e sobretudo nos últimos anos, construí barreiras defensivas gigantes. E o mais estúpido: isso não impediu que me magoasse tanto como todos os outros. Permitiu-me apenas que as minhas derrotas fossem privadas e minhas e não públicas e partilhadas. Talvez seja este apenas um traço do meu (começa a ser proverbial) egoísmo. Casar, a festa, os papéis, etc., são tudo formas de gritar ao mundo que acreditamos, que amamos e temos fé. E quando falha, o trambolhão pode ser enorme, mas pode não falhar e acho que esta é a hipótese que me tenho "esquecido" de equacionar.

...and let me live again

I can think of younger days when living for my life
Was everything a girl could want to do
I could never see tomorrow, but I was never told about the sorrow

He's big, Mr. Big


How to resist?

a fancy or a feeling?

Is love a fancy, or a feeling? No.

It is immortal as immaculate Truth,

'Tis not a blossom shed as soon as youth,

Drops from the stem of life--for it will grow,

In barren regions, where no waters flow,

Nor rays of promise cheats the pensive gloom.

A darkling fire, faint hovering o'er a tomb,

That but itself and darkness nought doth show,

It is my love's being yet it cannot die,

Nor will it change, though all be changed beside;

Though fairest beauty be no longer fair,

Though vows be false, and faith itself deny,

Though sharp enjoyment be a suicide,

And hope a spectre in a ruin bare.

VII Soneto de Hartley Coleridge

Sunday, June 08, 2008

Da noite de ontem


Festa sob o mote dos balcãs. Dançar em rodinhas. Em corridas que transformam a pista num ringue de carrinhos de choque. Pular. Saltar. Tentar danças russas e misturá-las com movimentos árabes. Shots de vodka.

Praia e Cicatrizes


Não vou tirar os pontos nos próximos dias. Na melhor das hipóteses eles saltam dia 17. Para ficar com uma cicatriz mais bonita. Tenho um casamento dia 14. Vou ter a perna elegantemente ligada. Hoje estive a ver vestidos compridos e soluções alternativas compatíveis com os 30ºC esperados para esse dia. Preciso de praia. Estou mais branca que uma lula e preciso mesmo de sentir o sol pelo corpo todo e fazer carreirinhas e mergulhar. Já me tinha conformado a ter cicatrizes enormes e nem me chateava assim tanto. Aparentemente esta vai ficar mais fechadinha e tal, mas que isso não me tire a praia.

Thursday, June 05, 2008

Available

Olha que eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo.

Livro do Apocalipse, capítulo 3, versículo 20

Cansaço

Às vezes tenho a sensação de que deixo os outros cansados.

SATC*


Luís M. Oliveira do P2 deu uma bola negra (encarnada) ao filme nascido do "Sexo e a Cidade". Pergunto-me quais foram os critérios. Não gostou do guarda-roupa? Não gostou da história? Ficou chateado por o Mr. Big ser irresistivelmente heterossexual?

O SATC não pretende entrar para os anais da história como um filme de autor, intelectual, revolucionário. Não é suposto ter planos maravilhosos. Dar bola preta a um filme destes, parece-me, é a mesma coisa que usar critérios renascentistas para avaliar a obra de Paula Rego. Não, sublinho, que eu ache que o SATC seja tão bom como filme, como são as criações de Paula Rego. Mas que aposto que os critérios usados pela santa criatura baptizada como Luís M. Oliveira devem ter sido absolutamente pseudo-intelectuais e desapropriados, tenho a certeza.

* Ainda não vi o filme. Posso vir a arrepender-me de tudo o que disse.

Voto


Agora que a pequena e velha lésbica foi afastada, o meu voto vai para...
John Sidney McCain III


Wednesday, June 04, 2008

Mãe Terra Pauzinhos

Detesto gente zen. Que se diz zen. Que acha que nada é importante e que com lábia se safa. Tanto zen só pode vir de não fazer nada. De falta de responsabilidade. Depois amuam. E ficam frageis. Os zen são sempre frageis, o que é só mais uma prova de que ser zen não faz bem a ninguém.

Back

Hoje voltei a vir a pé para o trabalho, mesmo com a perna ainda de ligadura por causa dos pontos. É tão bom, voltar a andar de phones por entre a gente esquisita com quem me cruzo. Reparo que apesar da ventania há cabelos que nem mexem de tão oleados.

Monday, June 02, 2008

Física Quântica

Nunca sei muito bem dizer o que me atrai ou repele nas pessoas. Nem o que faz com que de repente desenvolva alergia a determinadas criaturas, nem a maneira como passo da fase de "achar graça" até estar apaixonada*. Mas sei que ambas as reacções acabam por ter a mesma violência. Quer me apaixone, quer embirre, o outro acaba por estar sempre presente na minha cabeça. Cada gesto provoca uma reacção em mim. Como se em ambos os casos as coisas se processassem ao nível das partículas e anti-partículas. Sem racionalidade aparente para além do uso abusivo de leis universais.

* estranhamente, esta teoria aplica-se apenas ao estado de paixão e não ao amor. mas acho que isso é porque o amor é (bom, pode ser) um problema sério. E eu evito sempre pensar nos problemas sérios.

Sunday, June 01, 2008

Porto

Young Marble Giants (a surpresa) e Vampire Weekend (a confirmação). Dois bons concertos num sítio tão sexy como a Casa da Música. O lado mau foi apenas aquilo estar carregado de crianças do Porto, pseudo-fashions. Pessoal desinteressante. O Triplex é, claramente, last season nos dias que correm e o Plano B é bestial. Contagiarte não convenceu e o Maus Hábitos está na mesma: muito bom.
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