A Divina Porca

Agradeço que só deixem comments aqueles que usam máscara.

Obrigada.

Mulheres de Esquerda - Adenda

As mulheres de esquerda, na blogosfera, constituem, na sua maioria, o maior argumento a favor da misoginia e do totalitarismo católico.

Obrigada.

PS - este post visa ainda as óbvias beards ressabiadas. Acho até que beard e ressabiada são palavras que deviam andar de mão dada.

Mulheres de Esquerda

Tenho para mim que a maioria das mulheres de esquerda não faz nada nem pelo seu sexo nem pelas suas convicções. Só chateia.

Da razão e dos sonhos

Desde pequena, sempre fui muito sonhadora. Não sonhadora, "sonhadora", no sentido poético da coisa. "Sonhadora" é palavra que lembra meninas em grandes jardins ingleses, em passeios melancólicos e cabelos certinhos debaixo de um grande laço. Sonhadora sempre no sentido de não ter os pés no chão, nem os cabelos no sítio, de não me lembrar das coisas normais de quem vive. Às vezes sinto que toda a vida me esforcei para arranjar juízo, para ter razão.

Consigo, com muito orgulho e convicção, encontrar tudo o que quero na Fnac e no Pingo Doce e até na Zara, com uma competência assombrosa. Consigo. Mas começo a preferir perder-me nesses sítios a pensar em coisas parvas como a vida dos que passam, ler bocadinhos e bocadinhos de livros que não se ligam e a pensar que vestido X é, vergonhosamente e graças a deus, uma cópia perfeita de outro da Lanvin.

i need a vampire

Já faz dois dias que ando com dores na jugular.

Last Season

Acho que a blogosfera está a ficar um bocadinho demodé.

Sorrir

Hoje de manhã apanhei com um palhaço no carro à minha frente com um dístico "Sorria e tenha um dia feliz". O dístico não era daqueles que se compram, nada disso. Era uma impressão raquítica e caseira. Era mesmo aquilo que ele queria dizer. A toda a gente. No meio do trânsito. E ele conduzia de boné. Nunca percebi as pessoas que conduzem de chapéu. Em carros com capota. E vá que o sol de hoje está longe de fazer mossa. E eu percebo disso, uma vez que saio ao lado Neoblanc da família - por oposição ao lado monhé da família de que o meu pai é líder indiscutível.

Bom o que a mim me chateou é que eu sorrio. Sou praticamente uma prostituta do sorriso - não confundir com uns e outros que são as prostitutas do riso. Eu sorrio por tudo e por nada. Para não me chatearem, quando finjo que estou a ouvir alguém e estou com a cabeça noutro lado, quando convenço o senhor da drogaria a fazer-me desconto, quando estou a dizer uma coisa mesmo má, quando estou a ser querida (uma raridade, juro), quando faço uma manobra de trânsito menos ética, quando me atraso, quando cumprimento as pessoas, quando me despeço, às vezes até quando penso. Passo a vida a sorrir e não, não é por isso que o dia é feliz - embora sorrir faça menos rugas que estar de trombas e, a longo prazo, esse possa ser de facto motivo de felicidade.

Mas pronto, não preciso que nenhum palhaço, com boné dentro do carro, me venha pedir sorrisinhos. Se ele não tem o dístico, provavelmente, até tinha levado um sorriso. E aí é que o dia lhe ia correr bem.

Ah e by the way, sol e A5 sem trânsito bastam para me pôr de bom humor. Que sou assim, uma gaja a modos que simples.

Really High

Antes de mais perdoem-me os disparates que aqui possam surgir. Pedi, com olhos de bambi, todos os drunfos disponíveis para quem faz uma endoscopia. Se, agora, não sentisse uma ligeira impressão na garganta, só com um vídeo é que acreditava que, sem estar totalmente a dormir, me fizeram tal exame. Dizem que a cena, o drunfo, além de tranquilizar é amnésico. Tiremos uns segundos para abençoar a classe farmacêutica.

Entrei à rasca e saí como quem sai do 41 depois de vários shots de Tequila. O meu pai bem me gozou e discretamente segurou-me o braço enquanto íamos para o carro. Também tenho mais e melhores comprimidos, pelo que se adivinham longas hora de sono, coisa de que, como boa dorminhoca, tenho já muitas saudades.

OK. Tenho os olhos a fechar. Um grande beijinho a todos os que deixei um bocadinho preocupados - sou oficialmente uma drama queen medricas. Um grande beijinhos também para as minhas Comadres, que mais para a frente, e mais sóbria, apresentarei melhor.

Violence

Porque é um tema que me chateia. Que me comove. Porque acho que é preciso ver, para perceber. Acho que quando se assiste, na vida real, há sempre uma parte de nós que se recusa a perceber. Às vezes acho que a minha falta de compreensão é uma bênção.

Atenção: o vídeo é um bocadinho violento. Mas tem de ser.

Uma minhoca pela garganta abaixo

Pois que tudo começou com dores de estomago. Que era uma virose. Que anda para aí uma virose "daquelas". Também tive vómitos e todos os sintomas menos dignos de referir que a dita virose traz. Mas os sintomas passaram e a dor de estomago continua, apesar do Ogasto pela manhã e o Ulcermim em doses cavalares sempre que estou acordada. Porque estou quase sempre acordada, uma vez que dormir mais do que duas horas é sinal de estomago vazio e estomago vazio é estomago que doi. Horrores. Pois que os baralhei outra vez. Como há coisa de 18 anos, quando parecia que tinha HepatiteB/Mononucleose e afinal era um citomegalovírus alojado no estomago. Depois há o historial familiar relacionado com "estomago". Que o meu pai teve uma úlcera gigante (assim mesmo "gigante" é nome técnico) que veio a revelar-se o princípio de um linfoma, já tratado e curado graças-a-deus-e-a-doses-cavalares-de-quimioterapia que o deixaram igualzinho ao Yul Breyner. Tudo bem que sou nova - apesar das flausinas pré-menstruadas que aparecem nos sítios onde saio à noite - nada dada a grandes stresses e afins. Mas confesso que estou, heroicamente vá, acagaçada.

Por isso amanhã vou, boazinha e em jejum, deixar que me sondem as entranhas e tentar não fazer fita (acho que vou estar anestesiada) quando me meterem a minhoca com câmara de filmar pela garganta abaixo.