Wednesday, December 31, 2008

Sou só eu...

...ou por estes dias, Lisboa cheira a couves?

2008 em revista

Deixei de ser biónica e desta vez a epidural não custou nada. Viajei. A Viena tenho de voltar, porque não vi grande coisa, mas aprendi a jogar poker (embora não tenha, de todo, uma poker face). Londres amei de novo e foi bom matar saudades da minha eterna chefa. Madrid fantástica a entrar para a minha galeria de memórias como a cidade onde conheci Artaud. Tive dois casórios que muito me emocionaram. Gosto desta nova fase em que de facto conheço e aprecio os noivos, por oposição a toda uma infância com 200 casamentos/ano de primas e primos que não fazia (e continuo sem fazer) ideia quem fossem. Mantive a minha emancipação com sucesso e acho que temos um lar feliz, nos intervalos dos ataques de cio da Miuccia. Reaproximei-me de pessoas que não via há séculos e fiz um curso onde voltei a tentar escrever a sério e sem ser sobre mim (não consigo). Ouvi American Music Club pela primeira vez e foi também a primeira vez que tive um fraquinho por um careca, Bonnie "Prince" Billy. Instituimos o passeio de sábado e o Starbucks chegou a Lisboa. Descobri o Johnnie To (e fiquei fã, love "the mission") e apaixonei-me pelo "Son of Ranbow". Ia desmaiando (for real) num filme do MoteLX. E quero casar-me com o Javier Bardem se ele for tão sexy ao vivo como no Vicki Cristina Barcelona e fizer um contrato com Deus para que os nossos filhos tenham o meu nariz. Bom, também fiz asneiras, ouvi mais Cher do que gostaria, mas, de um modo geral, foi um bom ano.

Um mês de merda

O que estraga o recuerdo, é que Dezembro foi mesmo um mês de merda. A todos os níveis: laboral, velórios (e oh como lido bem com a morte), uma noite para esquecer(e não me lembro mesmo de metade, thank god) e fiquei sem o meu sidekick. E tudo, no espaço de 15 dias/três semanas. Se não tivesse em mim o gene da maso-optimista, cortava os pulsos antes da meia-noite.

Sobre a gripe

Ainda nem me constipei.

Tuesday, December 30, 2008

A lógica do descontrolo

Hoje a Baixa estava o caos. Não se aguentava o calor das lojas (quem é o sádico adorador de satã que controla o ar condicionado da fnac?). Os CD's que eu queria estavam esgotados (why god, W H Y). O Lisboa em Camisa do Gervásio Lobato, que no Verão comprei numa nova edição para um amigo a quem estava sempre a massacrar sobre o livro, desapareceu (queria uma cópia nova. O meu herdado sabe Deus há quantas gerações está a biodegradar-se). O meu quarto está tipo cenário pós-apocalíptico, com presentes de Natal por todo o lado, em montes pseudo-organizados (vestidos, malhas, bijoux, secador de cabelo que o deixa lisinho, botas, carteiras). A festa de passagem de ano (um jantar simples e depois galhofa), está a tomar as proporções de um baile de debute nos anos 60 (sim, já li a Sábado, shame on me que deixei a Visão à espera, mas a Hola só sai amanhã e vi ali um pastiche). E depois a minha cabeça. Desde o fim-de-semana que está sob uma tensão do estilo Crise dos Misseis de Cuba. Compartimentos em que não posso entrar sob o risco de fazer cair um elegante e intrincado castelo de cartas. Compartimentos em que tenho de entrar porque há prazos e a passagem de ano é já amanhã (pausa ligeiramente histérica). Compartimentos em que não devo entrar, mas onde vou entrando, porque a esperança, apesar de vir sempre com a desilusão ao virar da esquina, é uma coisa fixe, anda-me no sangue e é uma boa maneira de entrar em 2009.

Monday, December 29, 2008

Socialista

Tenho uma avó socialista e ateia que adoro. Mesmo que ela seja tão socialista que acha o Mário Soares um homem bonito. Afirmação capaz de deixar o meu falecido avô às voltas no jazigo, ele que nos idos anos 50 era um perfeito sósia do Cary Grant, um galã pelas ruas de Lisboa. A minha avó dizia-me que me poda apaixonar por qualquer um, sem pensar em caras larocas, apelidos nem contas bancárias, nem rigorosamente mais nada, para além dos seus méritos intelectuais. "Podes apaixonar-te por um pedreiro das barracas", dizia-me, "mas não por um que não goste de ler". Acreditei. Até porque a minha avó tem uma biografia que me parece fascinante. Porque leu (e lê, apesar de a vista lhe ir faltando) imenso e sabe de facto muitas coisas. Tendo vivido em Casablanca no pós-guerra, conviveu com alguns sobreviventes do Holocausto, criando em mim não só uma profunda admiração pelo povo judeu, como também a certeza de que a única coisa que não nos podem tirar é o que temos armazenado em meia dúzia de neurónios. Tudo o resto, em alguma altura pode, simplesmente, desaparecer.

Graças a Deus (ou a qualquer outra entidade benemérita) tive a sorte de ter um avô em nada parecido com o Cary Grant, salazarista até à medula e profundamente católico. O meu avô que nos adorava acima de todas as coisas e que era um homem Bom. Mesmo Bom. É que se não fosse este equilibrio, a esta altura estava absolutamente tramada.

Saturday, December 27, 2008

Christmas 2008

Houve velório e funeral. Singstar Abba. E um senhor que era austero, está senil e anda a tomar uns comprimidos que o deixam a dizer alarvidades sobre as mamas que passam.

Tuesday, December 23, 2008

Fiasco 2008

e primeiro objectivo 2009.

Concertos 2008 - o desgosto

Não ter ido a National na Aula Magna. Tinha bilhete e tudo. Mas marcaram-me a operação-para-retirar-placas-e-parafusos-do-pé para o dia a seguir. À hora do concerto já estava a drunfos e com o queixo a tremer com medo da epidural (a primeira foi traumática).

Concertos 2008

1. Young Marble Giants na Casa da Música

2. Vampire Weekend no Alive (no clubbing também foi bom. Mas ainda tinha pontos no pé e a sala estava cheia de criancinhas a ouvir aquilo pela primeira vez).

As ex's

Parece que as ex-mulheres dos jogadores da bola andam todas à batatada. Cláudio diz que acontece em todas as casas. A Solange diz que na família dela não há disso. Na minha também não. E assim, do nada, parece que tenho uma coisa em comum com a Solange.

As garras do QI

Estou a ver a Tertúlia Cor-de-rosa. Estou comovida com o esforço que esta gente faz para não cair nas garras da inteligência.

Monday, December 22, 2008

O pior trabalho do mundo

Já sei. Acham que é o vosso. O dos almeidas. Armar o cabelo da Manuela Eanes. Nada disso. O pior trabalho do mundo, ou melhor, O Pior Trabalho do Mundo - solenidade oblige - é ser pedicure de idosas.

Sempre que fui polir os chispes, meditei na difícil tarefa da minha querida São. Mexer em pé alheio é coisa que guardo para momentos de Grande Intimidade (solenidade oblige). E até tenho um pé direitinho, branquinho, lavadinho. Sem joanetes. Cheio de cicatrizes, é certo, mas duas já não se vêem e as outras vão pelo mesmo caminho. Unhas cor-de-rosinha, sem calos um mimo. E, mesmo assim, já acreditava que não me agradaria estar no lugar da São.

Pois parece que o Natal é a quadra ideal para os pés mais idosos saírem do fundo dos baús, perdão, dos sapatos ortopédicos. Houve logo quem dissesse que, no Natal, os velhinhos têm sexo, por que outra razão velhinhas com os pés para a cova (bom, pelo aspecto, com os pés na cova) fazem filas nos cabeleireiros do bairro para dar lustro aos presuntos? Que outra razão para além de um último êxtase carnal as podia levar a perder o Contacto Especial Natal? Os humanos são muito básicos e a carne (mesmo em decomposição) dificilmente resiste aos prazeres mundanos.

Ora bem, até aqui nada de mal, excepto para aqueles leitores que, com um casal de avós ainda com coração resistente a enfartes, acabaram de os imaginar em Secretas Celebrações Natalícias - solenidade oblige. O mal minha gente é que se as mamas descaem, o queixo se multiplica e o estômago dilata, os pés também não envelhecem bem. Bom, dedos que crescem desnorteados, cada um em sua direcção, unhas esquisitas (n o j o), veias, joanetes, peles, restos da terra onde nasceram no século XIX. Há de tudo.

Por isso, este Natal, o meu pensamento e solidariedade está com as pedicures que têm nas mãos os pés idosos. Bom, e no Padre aqui de São João de Brito, que parece-me que as Secretas Celebrações Natalícias vão levar a muito velório ainda antes de 2009. Oh se vão!

Intuição

Sunday, December 21, 2008

A última ceia

Possivelmente, o último grande concerto de 2008.

Saturday, December 20, 2008

As Brumas da Memória ou o Inconsciente Pimba

Eu que nunca na vida consegui decorar as definições de justiça e direito by Bigotte Chorão, ainda hoje sei de cor a letra desta música.

Ocorreu-me

que podia ganhar a vida a escrever letras para música pimba.

Acabo de me lembrar

que tenho de criar um pseudónimo.

Friday, December 19, 2008

Kinky

Quando era pequena adorava adormecer com palmadinhas no rabo.

Conversas na fila

- Cheirei-lhe o sovaco

- UHU, isso é brutal

Consoada Antecipada

Descubro que não gosto de homens em calças justas. Que botinhas de pele não me convencem. Mas que qualquer gajo que toque baixo é suficientemente bom para mim.

Thursday, December 18, 2008

Status


Ou como o meu entusiasmo com o Natal pode ter maus resultados.

OMG

Porquê, oh-meu-deus, porquê?

Será que vai haver um dia uma Marilyn do século XXI a dizer que dorme apenas com umas gotinhas de Flame?

Wednesday, December 17, 2008

Sentido de Humor

É certo que há diferentes sentidos de humor. Que o que para mim tem graça, para outros pode não ter graça nenhuma. Tudo bem que às vezes gozo com coisas que outras pessoas levam muito a sério - Religião, Benfica, Laurinda Alves. OK. Mas faz-me espécie. Se há coisa que não consigo entender é pessoas sem sentido de humor - ou com um muito diferente do meu. Já conheci um tipo que seria perfeito, não fosse o seu sentido de humor, falta de graça, o que lhe quiserem chamar. Coisa estranha. Achava-me graça, sem perceber as minhas piadas. E era (bom, é) inteligente. Só que nos rimos em frequências diferentes. Não sei como é que a Marta Crawford ainda não escreveu um tratado sobre isto.

Bom, isto para dizer que não entendo estes anónimos que aparecem revoltados. Vá lá. Este é o meu nano-espaço de blogosfera, nem tenho assim uma audiência por aí além. E é quase tudo família e amigos. É que já não é a primeira vez: ah não se pode gozar com o Katrina, ah não se pode gozar com a malta do Metro...

Caramba, parem de me levar a sério!

Riam-se. Só gente estranha (Vanessa Paradis, por exemplo) é que fica mais feia quando sorri.

Tuesday, December 16, 2008

Taormina


Tinha 17 anos. Era a nossa viagem de finalistas. Como se no ano anterior não tivéssemos andado pela Holanda e Bélgica e, em 96, pela Tunísia. No Pedro Nunes viajava-se, vá. A excitação. Os "grupos". Há uns episódios com a música dos Excesso (m e d o). Era para ser uma viagem de praia e apanhámos neve. Levei dois pares de meias, e a contra gosto, para uma semana (10 dias?), numa altura em que os sapatos de vela Portside se usavam sem meias em dia de sol (and again m e d o). Tinha duas sweatshirts da Tamosaga (juro que se os meus filhos tiverem uma adolescência de betos nojentos, os interno).

Levava toalhas, vestidos, keds e toda a parafrenália de utensílios de praia – com destaque, pois claro, para os cremes protectores, esses bálsamos dos deuses e sem o quais eu jamais poderia gozar as carícias do roi soleil. Agasalhos, nada. Em Palermo, apanhámos um temporal tal que o chapéu-de-chuva não durou mais de 15 minutos, acabando na berma da estrada, junto a outros tantos, um monte de hastes de metal assustadoras a separar a estrada do passeio. Lembro-me de entrar na camioneta com os pés a fazer chop chop. Comprei um pára-vento e foi o que me salvou. Assim com um ar muito navy, new england, kennedys-em-matha's vineyard-for-thaksgiving.

No Etna nevava. Sem luvas, fizemos bolas de neve (a única, ÚNICA, vez na vida em que tive pontaria... e foi tão bom). Tenho para mim que visitámos museus e edifícios e coisas com um imenso interesse. Mas a minha memória não registou nada. O único sítio – tirando o lounge do hotel, cenário dos episódios "Excesso" (m e d o) - de que me lembro, é de Taormina.

Taormina tem uma rua que sobe, sobe. Sobe até um anfiteatro romano com uma vista que vai do mediterrâneo ao Etna. Naquele dia, como em todos os outros desta viagem, o céu estava meio encoberto e o sol caía como fios de mel no mar lá em baixo. Foi o sítio mais bonito onde estive. Mais do que o pequeno campo com fardos de trigo, uma torre em ruínas e bambis aos saltos nos arredores de Paris, onde vi um eclipse de sol em Agosto de 1999.

Ragazza

Há um núcleo de quatro pessoas, no qual me incluo, que passou tardes intermináveis a analizar a Ragazza. Em minha casa, no meu quarto, tomando de assalto um espaço que também era da minha irmã, essa criatura infantil que não compreendia as subtilezas a que nos dedicávamos. A Ragazza tinha um horóscopo fabuloso, que nos permitia entender a mente do sexo oposto sem margem para erros. Ajudava-nos a ter estilo (e que estilo, oh-meu-Deus, queimem essas fotos!), a usar sombra azul nos olhos e verniz amarelo nas mãos. Ai, as tardes que passámos a ler a Ragazza! A suspirar por jovens vítimas de ataques agudos de acne e a pensar no que vestir na próxima sexta-feira à noite.

A Ragazza, dizem, vai fechar. E com ela o sonho de um dia comprar a Ragazza às minhas (ainda por nascer) filhas. A Ragazza é o equivalente à Barbie para adolescentes - mete-nos estereótipos idiotas e futeis na cabeça. Mas mentiria se dissesse que não tenho saudades dessas tardes lentas ao som do dedilhar da nossa bíblia de então.

Monday, December 15, 2008

Conversa de Estendal

Não há nada que Deus separe que a má-língua não possa voltar a juntar.

Nos maus momentos

Baby, pensa em mim...

De todo

Recebo uma revista sobre lingerie (porque trabalho uma marca de lingerie, não porque tenha o hobby da lingerie). Uma revista que diz que é para mulheres, consumidoras. A bem da verdade nunca vi uma revista tão masculina. Aliás, se isto não é uma revista masculina, acho que não sei o que é uma revista masculina. De todo.

Nota: Para as "consumidoras" que possam estar interessadas, a revista é de distribuição gratuita.

O eufemismo de 2008


Marron

As marcas especializadas em soutiens de grande capacidade prestam homenagem à estação do frio com novos tons deliciosamente outonais e detalhes ornamentais

in, Revista Chick Intimate Cult

Sunday, December 14, 2008

Tardes de Inverno II

As tardes de Inverno em casa dos meus avós tinham scones. Feitos pela minha avó Nita, a olho, sem receita (eu uso a do meu primo Gonçalo, com alguma "liberdade criativa"). A minha avó metia literalmente a mão na massa, coisa que só faço quando a coisa está mais consistente e para fazer as bolinhas. As tardes de Inverno em casa dos meus avós tinham chá. Quente e preto, com "uma pinguinha" de água fria para eu não me queimar, nem ficar uma semana sem dormir. A minha irmã, que até hoje odeia chá de todas as maneiras e feitios, bebia sumo de laranja em chávena de chá. As tardes de Inverno em casa dos meus avós tinham o som da chuva na calçada do jardim. Pelas janelas podiamos contemplar o verde molhado e sentir o calor da casa. E depois há aquela tarde, de que me lembro nem sem bem porquê. Tinha um kilt e uma camisola verde. E estava deitada na senhorinha por debaixo da janela. Ouvia a chuva ao fundo, por detrás de uns acordes de ópera que o meu avô decidiu ouvir. Depois a minha avó chamou-nos. E, indolentes, lá fomos para os scones.

Tardes de Inverno
















Valsa

Sempre me fez espécie como é que naquelas multidões, cada um a dançar valsa num espaço vital que não é assim tão limitado, não andavam todos aos encontrões.

Esta imagem não é exemplo. Mas não encontrei uma que fosse e adoro esta cena. Se arranjasse um vestido assim, ia aprender a dançar valsa.

Saturday, December 13, 2008

Without a word

He finally manages to open his eyes, and as he yawns and streches and rolls around in bed, he sees something to the crevice between the two pillows. He reaches in and pulls out one of his wife's hairpins. That's the crowning moment. He holds up the hairpin and studies it, and when you look to Apu's eyes, the tenderness and adoration in those eyes, you know beyond a doubt that he's madly in love with her, that she's the woman of his life.

Man in the dark, Paul Auster

Laurinda mexe-te!

É incrível que a UE ainda não tenha elaborado um dossier sobre os efeitos paliativos de dançar após um velório.

Friday, December 12, 2008

Da morte dos outros

A cena do caixão aberto faz-me espécie. Mesmo que cubram o corpo com aquela espécie de napron. E as conversas. E primos de que já nem me lembro. E o tio-avô simpático que me levantava pelos cotovelos, já não levanta sequer o próprio braço, nem sabe bem quem eu sou. E continua a fazer graçolas consigo enquanto vai chorando a mulher que o deixou para trás nesta corrida do não-quero-ser-eu-a-ficar-sozinho. E a senhora velha a um canto que faz todas as perguntas que não quero responder e que não sei bem quem é porque a dada altura já se confundem as genealogias e quem é primo ou tio de quem e o meu pai teve de ir lá acima ingerir a sua dose de nicotina. E depois esta coisa de ter a mesma fronha desde que nasci e todos me reconhecerem. Sinto-me a miúda do peep show a entrar no tasco de rebarbadões que tem ao lado do estaminé.

Crise de identidade

Gritam-me, esfregam-me na cara que sou igual a ela. Os mais velhos, na sua demência senil, confundem-me com ela. Que é o sorriso, a maneira como rio ou como falo. Querem vê-la em mim e se forem espertos preferiam vê-la a ela em vez de mim. Que até olhar para as minhas mãos enquanto escrevo (e as minhas mãos, sim, são um espelho das dela), me irrita.

Morte


Tenho um fascínio incalculável pela morte. Pelo silêncio absurdo que ela representa, pela calma, pelo fim. A minha própria morte atrai-me. Não no sentido trágico, a mis en scène do suicídio parece-me galhofeira e barulhenta, dramática e cheia, muito longe do nada minimal que é morrer. A minha vida um dia vai acabar e, em vez de angústia, essa certeza dá-me calma, apazigua-me. Não que queira morrer agora, já. Mas não me importava.

Bom, o problema é mesmo este

Status

Acho que tenho vómito no cabelo. Não sei de uma das minhas botas. O Chicão diz que ouviu a Sara (sorry). Enfiei a escova de dentes no olho esquerdo (coisa que faço com alguma regularidade) e tenho alergia a liquidos. Mas, a senhora que limpa as retretes aqui do estaminé canta. Como se eu já não me sentisse suficientemente mal.

a todos os que hipoteticamente possam ter ficado com a noite um bocadinho arruinada por minha causa

Acabei de enfiar a escova de dentes no meu olho esquerdo. Não perguntem como. Mas não foi a primeira vez.

Thursday, December 11, 2008

New Porn Media

Diz que há uma série de redes de vídeos porno cujo nome é uma derivação do Youtube (redtube, porntube, xtube). Já assumi publicamente a minha lacuna ao nível da cultura pornográfica, mas deixo aqui um desafio: prometo aos senhores do Sapo que quando o YouTúbaro estiver on-line serei fã.

Wednesday, December 10, 2008

Desisto

A Laurinda Alves vai candidatar-se ao Parlamento Europeu. A Laurinda Alves é uma chata de primeira, que debita clichés em português correcto e voz nasalada. A tia que gosta de pobrezinhos. O correcto, o bonitinho, o chatinho. O Mundo está entregue aos chatos. E há por aí quem esteja contente. O pior de tudo é que se candidata em nome do Movimento Esperança Portugal. Com a esperança na mão dos chatos, está na hora de abraçar o pessimismo.

Nóses

Reparem como com um nariz de porquinho fico igualzinha à Branca de Neve.

Honra a Safo

É como pedir a alguém que só comeu Cerelac para escolher se quer carne ou peixe...

Num e-mail

Tuesday, December 09, 2008

Adoração







Porque as renas são tãããão last season...


Recortes de Madrid
















Rastro @ Madrid







Construir o Natal

















A última foto é da Sara, que este ano se juntou aos duendes cá de casa. E os anjos são avatares de mim e do Chicão, uma tradição com um ano que espero que continue. Claro que eu sou o white angel. Se bem que este ano o meu baby perdeu o espírito Grinch que no último Natal lhe deu o título de dark angel.




Saturday, December 06, 2008

To fall in love in Madrid II


Antonin Artaud

To fall in love in Madrid


Alberto Garcia-Alix

De Madrid a Lisboa são 9 horas de viagem

Se apanharmos com todos os espanhóis metidos na mesma estrada que nós. E nevoeiro. E chuviscos. E operação stop para lá de elitista (depois de olharem para nós, perguntaram se tínhamos os documentos "direitinhos"), seguimos voyage.

Pós Viagem

Está uma pessoa com os rins com o formato anatómico dos bancos da Fábia e tem alguém a ressonar que nem um porco no prédio.

Wednesday, December 03, 2008

Atravessar a rua em Madrid

Ao andar na rua em Madrid, o cidadão estrangeiro (eu), sente-se uma princesa Leia (sem as tranças e sem as vestes... e sem a carinha de boneca....), bom, um Chewbacca autêntico, a fintar com a destreza de um Maradona com mão-de-Deus à mistura, o trânsito da capital espanhola. É que estas alminhas fazem acompanhar o sinal verde dos peões de um sinal sonoro semelhante aos tiros laser do velho Q-Zar ao fundo da D. Carlos e onde passei umas noites dos primeiros anos da minha adolescência. É aterrador. Diz que é para ajudar os ceguinhos. Para os surdos têm uns trolls saídos do Senhor dos Aneis que os empurram até ao próximo passeio.

Tuesday, December 02, 2008

Madrid e o mistério da maquilhagem

A relação das espanholas com a maquilhagem é coisa que sempre me intrigou. Tenho a sensação que todas as manhãs aplicam a base com o afinco com que um pedreiro forra uma coluna de tijolos a cimento. Esquecem-se de que os milagres tecnológicos de empresas como a L'Oreal (Marta: catching), já inventaram centenas de tons de base. Uma pessoa pálida não precisa de pôr base cor-de-vietnamita-depois-de-apanhar-chá-na-plantação. Há bases para todos os tons de pele. Aqui há uns anos uma vendedora da Clinique insinuou que, pour moi, teria de encomendar uma base destinada exclusivamente ao mercado nórdico. Falso. A Biotherm tinha base tão branca quanto eu fico no Inverno se no Verão não apanhar sol. É uma questão de procurar. E já que insistem em passar tanto tempo na rua, aos encontrões a estrangeiras com menos de 1,58 m, podiam, de vez em quando, passar numa perfumaria e experimentar bases.
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