Friday, March 30, 2007

Missa IV

Nutro pelos religiosos (praticantes de qualquer fé) o mesmo sentimento que reservo para os pseudo-intelectuais. Um pseudo-intelectual vê-se incapaz de gozar a obra em si, um religioso não goza a vida por si.

MIssa III

Dou por mim na missa a pensar o mesmo que pensava nas aulas de Português no Liceu: não me interessa em nada o ponto de vista dos doutores sobre o Livro em discussão.

Missa II

Pela quantidade de gente que estava a tossir, julgo poder afirmar que ir à missa não faz nada bem à saúde.

Missa

Não gosto de ir à missa. Não gosto do cinzento monocromático dos dogmas e das pessoas. Não saber se se está na missa errada é algo que me dá arrepios. Que me deixou arrepiada durante cerca de 20 minutos hoje.

Smoke & Mirrors

As palavras são, muitas vezes, a face palpável de uma ilusão. Explico: em cartas, sms, e-mails e até em conversas, expressamos sentimentos que não temos, que não queremos sequer ter. Ao mesmo tempo, somos bombardeados por montanhas avassaladoras de sílabas que em nada correspondem à realidade dos outros. Vivessemos nós num mundo de palavras e este Mundo seria exacto e simples como a Vida nunca será. Acreditar em palavras pode ser tão desconcertante como a fé no mais absurdo dos dogmas. Ser mestre na arte da ilusão verbal é, no entanto, a mais adorável das crueldades.

Thursday, March 29, 2007

Arquitectura

O optimismo cria-se, amplia-se.

Manuel Salgado

Wednesday, March 28, 2007

Groupie

O que mais me chateia nos/as groupies é a falta de sentido crítico. É o mal de todas as formas de adoração. O desapego (e "desapego" aqui é eufemismo para "ausência") das próprias ideias e opiniões. Claro que compreendo que muitos/as groupies são verdadeiras nulidades intelectuais que encontram refugio à sombra de algum génio. E acredito que seja sua vontade parecerem, pelo menos, pessoas de uma inteligência banal. Podiam pelo menos não repetir ipsis verbis o que os mentores cospem em qualquer altura sobre qualquer coisa. É que, para quem está de fora, torna-se aborrecido ter de ouvir as mesmas coisas repetidas ad eternum.

Monday, March 26, 2007

Oh, what a fuck, that's just life!


Vivemos perdidos entre duas barreiras que de tão definidas assustam: a vida e a morte. Tudo o que faz parte da primeira traz-nos a certeza da segunda. A vida é feita de lágrimas, risos, barulho, sangue, suor, dor, dores, certezas, dúvidas. Momentos de angústia e instantes de delírio. Manhãs de sol e vento gelado e noites onde fervemos e nos perdemos. Sofremos e encontramos a paz. Temos revoltas e indiferenças. Dúvidas, tantas dúvidas. E dos erros ficam cicatrizes e mágoas e dos êxitos fica o orgulho e dos amores a memória do primeiro beijo. Nada é muito errado, nada é muito certo, nada é muito sério e nada dura para sempre. Só a morte.

Wednesday, March 21, 2007

Venus de Willendorf


Sobre ideais e arquétipos e a sua influência na vida real, fica apenas a certeza de que, sobre o sexo oposto, ninguém quer (ou deveria querer) saber tudo.

80%

80% do nosso corpo é constituído por água. Que seja Voss. Assim como assim, há toda uma estória que me vai liga à Noruega.

Monday, March 19, 2007

Fly Away

Acredito que sempre que alguém se dedica de corpo e alma a uma causa, o faz como fuga de si próprio, dos seus pensamentos, dos seus medos. Uma causa evita que pensemos em nós, que os nossos problemas nos ocupem as horas de vigília e nos atormentem durante a noite. Uma causa que vestimos como uma segunda pele, diminui o alcance dos nossos sentidos e anestesia as nossas dores. A verdade é que com o sofrimento dos outros podemos nós bem. O nosso é que é difícil de digerir.

Saturday, March 17, 2007

Nu

Passei dez anos a lamentar não me ter exposto. Jurei para nunca mais. Disse que ia ser tranparente. Anunciei-o. Ninguém me avisou a mim das desvantagens de ser the only person naked in the room.

Thursday, March 15, 2007

War Song

From Atlantis to INterzone
You start at the end and you end on your own.
From Atlantis to INterzone
You start at the edge and you end on the throne.

Wednesday, March 14, 2007

Denúncia


Amendoeira, Van Gogh

Está uma árvore qualquer (que nunca fui dada à jardinagem) em flor na Fontes Pereira de Melo. A Primavera anda aí.

Not Being Jones

Jones sem gargalhada é q n pode ser!!!

De um mail


Para mim, rir é uma necessidade fisiológica essencial. O meu riso (meio alarve, devo reconhecê-lo) é uma imagem de marca. Rio-me e rio-me com vontade de muita coisa. Dos filmes que passam na minha cabeça, de coisas inesperadas, irónicas, em quase tudo encontro motivos para me rir. Rio-me sozinha no Metro e na rua. Rio-me quando perco e ainda mais quando ganho nos matraquilhos. Ri-me mesmo nas piores circunstâncias, nas mais solenes ocasiões (e nessas por vezes mais do que noutras). Em tudo há sempre um detalhe, uma nuance, um gesto, uma inflexão linguística, qualquer coisa gozável que me faz rir. Rio-me quando estou nervosa (ficou para a história uma oral de Direito Romano em que respondi a tudo a rir que nem uma perdida), quando estou com medo (não devia revelar isto) e quando estou com sono (o que explica o meu acordar hilariante).

E tudo vai mal, quando passo 5 dias sem me conseguir rir. De nada.

No Metro

Hoje no Metro cruzei-me com uma excursãozita de Liceu. Possivelmente eram do meu liceu. 13 anos no máximo. As miúdas que eram giras tinham decotes gigantes e piercings nos lábios e o ar sério de podem-olhar-mas-não-tocar. Os míudos giros o ar cool e sério de quem acha que sabe tudo menos como combater o acne. Nem quero pensar quantos anos tenho a mais do que eles ou o que andava a fazer no ano em que nasceram. Mas gostava de os agarrar e lhes dizer que parem de achar que é cool ser cool e fingir que não se sente, de sobrolho carregado e que se riam, às gargalhadas, como se não houvesse amanhã. Que se apaixonem todos os dias, que chorem, que sintam. Porque um dia deixamos de ser adolescentes e o ar cool, de quem não sente, de quem não ri, é a máscara diária para sobreviver ao dia-a-dia.

Bufando

Irritam-me pessoas que bufam. Que lançam irritados suspiros quando o que quer que seja não lhes corre bem. É uma chamada de atenção idiota e para lá de irritante. É uma insinuação estúpida de quem não tem coragem de mandar um "foda-se" daqueles que vêm da alma. É um look-at-me-look-at-me. Morram longe por favor.

Tuesday, March 13, 2007

Profundez

Gosto de pessoas profundas embora quase sempre a profundidade me assuste. Aborrecem-me aqueles que se esgotam na primeira análise, que confirmam a primeira teoria. Fascinam-me os que cultivam segredos que se recusam a partilhar, olhares só seus que amiúde vou descobrindo. Faces calmas ou tortuosas que escondem mundos de contradições e idiossincrasias. Escondem-me as razões e confundem-me os sentidos. Chateiam-me pessoas aparentemente intensas e com a profundidade de um charco num Agosto de secas. Este fascínio é um anátema e das coisas que mais prezo.

Monday, March 12, 2007

Nas calmas

Se encontrasse por aí o génio da lâmpada e ele estivesse numa de me dar um desejo, nas calmas, pedia apenas para que a minha vontade e a minha consciência caminhassem na mesma direcção. Sem saber, o génio estaria a dar-me a chave dourada para o mundo secreto das noites descansadas.

Sunday, March 11, 2007

Tempo destilado

Só o álcool justifica a concretização do que há 10 anos anos era impossível, inimaginável, uma coisa que nunca nos tinha passado pela cabeça.

Gargalhada

O absurdo, a incredulidade, o inesperado, o ilógico, o imprevisto, o paradoxo. Tudo isto me faz rir.

Friday, March 09, 2007

Os outros


Queria ter ido à Cinemateca ver o Stromboli. Mas estava esgotado. Aparentemente ando com gostos demasiado populares, de menina hype.
Acabei por ir ver outro filme da nossa lista As vidas dos outros. Um filme bom, bastante bom, embora longo, demasiado longo para quem carrega o peso de um dia de trabalho. E confesso que a meio perdi a concentração graças a uma fungadora descontrolada (why, god, why, que o filme nem era para chorar????!!!). Até eu que choro por tudo e por nada (no Dreamgirls, por amor da Virgem, até no Dreamgirls eu chorei) cheguei sequinha ao fim do filme.
Mas enfim. Recomendo.
PS: Pela segunda noite fui ao King. Pela segunda noite vi o trailer daquele filme sobre os monges que não falam. Apetece-me vê-lo. Não sei se estou em delírio ou o meu corpo me pede inconscientemente umas horinhas de sono. Mas aquilo tem ar de cena zen e ando com vontade de cenas zen...

Complete Ryan


The new hot sexy dadda. Um dos melhores e mais giros actores dos últimos tempos. Escapou-me em The Notebook (I wonder....). Mas em half nelson brilha, encandeia (e eu padeço de deslumbramentos). Como actor. E como pedaço de mau caminho. Para mim, que sempre fui péssima em comparações, é uma mistura de Edward Norton com John Cusack. O olhar meio vago, meio sonhador do primeiro num perfect mix com o ar cool do segundo.

*suspiro*

A miúda também vai bem e acho que foi sem dúvida um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.

Thursday, March 08, 2007

Um Nick no Messenger (não o meu)

"Violentito??? VIOLENTÃO! COISA DE MACHO! Violentito É Coisa De Boiola Sado-Maso..." Joana1000Homens Dixit HAHAHAH

Wednesday, March 07, 2007

Just Like Honey II


Imagino que a uma freira também lhe custe cumprir o seu destino. Acho que aceitarmos aquilo em que somos bons e maus é uma forma de crescer e por isso, talvez, passei os últimos tempos em denial. Típico. Há destinos piores. Mas também podia ser mesmo boa a fazer coisas mesmo más. Era divertido. Mas sei que sou demasiado trapalhona para maquiavelismos.
Podia ter-me calhado o dom do missionário que passa a vida em África a desparasitar orfãos. Vá lá. O meu destino é mais simples. Basta-me ser a pequena idiota pela qual a minha consciência tem gritado.

Just Like Honey

Listen to the girl
As she takes on half the world
Moving up and so alive
In her honey dripping beehive
Beehive
It's good, so good, it's so good
So good

Walking back to you
Is the hardest thing thatI can do
That I can do for you
For you

I'll be your plastic toy
I'll be your plastic toy
For you

Mimetismo

Aprendemos a gostar por mimetismo. Ou seja, quando não gostamos, a culpa é dos outros.

Gmail Talk


A Little Less Jones

Tuesday, March 06, 2007

Novidades à Direita

Novidades na barra de links:

O Miguel manda novidades da Bélgica aqui. A Inês treina as mãos de alface a fazer bijuterie (fina!) e trocou o fotolog pelo blogspot (onde além das fotos, mostra o que vai pensando). O Coisas e Causas é o novo blog do Hugo (com quem concordo quase sempre) e do Filipe (com quem nunca estou de acordo).

Dreamgirls


Foi cumprido o objectivo de visionar um filme leve, divertido - sobretudo pelo pânico inspirado pelas falas cantadas. A banda sonora que no principio promete, a meio torna-se um amarfanhado de Whitney Houston versão diálogos cantados (m e d o). Para não esquecer: a voz de Jennifer Hudson (j e s u s) e a certeza, mais uma vez, de que os homens preferem as apagadinhas.

Monday, March 05, 2007

Naïve

And then again, sempre entendi melhor as pessoas que não gostam de mim do que as que gostam.

Sunday, March 04, 2007

Culpa

Geralmente entro em denial até a coisa ser óbvia. Perante a evidência a culpa cresce até se tornar incómoda. E logo quando já não há nada que possa fazer.

Excepto hibernar ou emigrar. Desaparecer do mapa por uns tempos...

What goes around comes around...

Espero mesmo que não.

Hide & Seek



Contarem-me histórias de terror à meia-noite de uma noite de eclipse, enquanto estamos perdidos no meio de um ISA às escuras, não é de todo uma boa ideia.

Friday, March 02, 2007

Intuição

E por mais que tente não fazer filmes, a verdade é que exceptuando pequenas nuances, eles correspondem quase sempre à verdade.

Intuição


do Lat. intuere


s. f.,

acto de intuir;
percepção rápida;
conhecimento claro e imediato, sem utilização do raciocínio;
predisposição especial para apreender rapidamente determinados conhecimentos;
pressentimento;

Filos.,

contemplação pela qual se atinge em toda a sua plenitude uma verdade de ordem diversa daquelas que se atingem por meio da razão.

The Hidden Pollock Inside of Me

É cego.

Fazer Filmes


É uma das frases que mais repito quando me chateiam: "não faças filmes". As pessoas têm uma capacidade infinita de criar longas metragens a partir de pequenas pistas. Acontece com o que lêem neste blog, acontece quando me apanham ligeiramente mal disposta e acontece quando tenho atitudes mais inesperadas. Quando me perguntam "o que é que se passa" têm já na cabeça um filme estruturado, com princípio, meio e fim. Ainda não proferi qualquer som como resposta e já fui julgada, condenada ou absolvida. Os meus argumentos de nada valem. O filme está fechado e provavelmente até já entrou na corrida para os Oscáres. É nessa altura, nesse exacto momento, que me apetece mandar tudo às urtigas.

Com o tempo m'enganas

Quando era pequena, férias de Verão incuiam sempre serões passados a ver os Jogos Sem Fronteiras e tardes a "jogar" aos jogos sem fronteiras. Corridas na piscina que acabavam inevitavelmente em sessões sádicas de amonas, corridas a pé ou de bicicleta, sempre com os tempos contados e a ver quem chegava primeiro. Nesse tempo, na TV e na vida real, dois minutos davam para trazer "n" objectos de um lado para o outro da piscina remando numa canoa insuflável. Nesse tempo, corria para ganhar, o que acontecia quase sempre.

Hoje em dia, todas as manhãs são uma batalha cerrada contra o tempo, onde dois minutos não chegam nem para lavar a cara e os dentes. Uma batalha que invariavelmente perco, coisa que me deixava bastante mal humorada no tempo dos Jogos Sem Fronteiras (o meu mau perder é quase mítico). Agora fico indiferente excepto nas vezes em que venho no Metro a moer a saudade desse tempo em que o Tempo dava para tudo.
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