Friday, May 22, 2009

Funny Girl

Uma vez a jogar Trivial a resposta de uma das equipas adversárias era "Funny Girl" (já não me lembro da pergunta: qualquer coisa como blá blá blá Barbra Streisand). Alguém, que de todos os presentes seria o que de futuro menos razões teria para dizer o que disse, indicou-me como pista para a resposta. Ninguém acertou. Mas também duvido que alguém conhecesse o filme e que espantados ficaram quando eu respondi que quem amava Heloísa era o Abelardo. E mais ainda quando eu, gaja (a audácia!), respondi no gozo que era o jogador do Barcelona.

Suspiro

Não gosto de palhaços. Os do circo. Nunca gostei, nem em pequena achava graça. Tenho uma certa pena que me incomoda de cómicos velhos e sempre me senti constrangida com aqueles "espectáculos" do riso por quem escorrega estupidamente, os Charlots e assim (bom, não tenho pena nenhuma do Chaplin, até simpatizo - e se vir alguém espetar-se na rua sou das que se ri e nem sonha ajudar a levantar).

Não, às vezes não sou de facto boa pessoa.

Há uma tristeza imensa em quem tenta fazer rir e não tem graça. Se o riso é o melhor do mundo, essa tristeza vem do lado mais escuro talvez. Também sei que o riso seduz e vicia e, quem nos vê como palhaços, está sempre à espera de uma laracha que os distraia de algum azedume.

Não fui sempre assim. Mas acho que já poucos se lembram.

No Psico

A última vez que o vi foi numa sessão do Psico. Um filme que sei quase de cor, que me lembra noites em casa da minha Avó que me deixava quebrar todas as regras, da hora do deitar aos filmes que me eram permitidos. Nunca tinha visto o Psico sem ser nas dimensões rasteiras de televisões banais. Há muito que achava que o filme merecia mais. Ele estava lá e discursou. Falou mais do que discursou, porque não se pôs em bicos dos pés e falou como se falasse só para mim e não para todos naquela sala quase cheia.

Achei-o velhinho. Até ontem pensei que fosse pela idade da minha Avó que tudo (ainda) me permite. Tinha menos dez anos. E um enorme saber. Há anos que como uma passa nos primeiros segundos do primeiro de Janeiro, prometendo a mim mesma que será o ano em que aprendo mais sobre cinema. Tenho falhado e senti-me triste ontem por isso.

Porque sei que ele merecia mais da minha tristeza e que podia ter aprendido mais com ele. A morte magoa mais quando não aproveitamos a vida.
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