Haunted

Tive um pesadelo. Outra vez. O meu corpo não era meu e não conseguia dar forma à minha voz. Acho que acordei aos gritos. Acordei aos gritos. No sonho estava possuída. Depois acordei e bebi água. Ainda meia a tremer do pesadelo, fiquei ali, no escuro, a pensar em fantasmas e demónios capazes de me possuir. Percebi que não acredito em fantasmas. Acho que quando perdemos alguém a quem amamos tanto deixamos de acreditar em fantasmas. Porque se eles existissem, se houvesse uma hipótese remota de eles existirem, ela estaria aqui. Porque a sua natureza impedi-la-ia de estar noutro lugar que não comigo. Se os fantasmas existissem, de uma maneira que inspiraria Poe, eu estaria muito menos sozinha.

Suspeita

Há suspeitas que nos atormentam. Dúvidas que nos vão corroendo, como um tumor lento e maligno. Depois há o momento da confirmação. Uma merda. Uma queda. Depois levantamo-nos.

Party Girl

Não tarda salto para o duche e assumo a minha persona de diva saltitona. Mas agora, aqui, a minha cama está tão boa...

10

Há dez anos fiquei maior. De idade. Há 10 anos que posso guiar e estar em qualquer discoteca sem me chatearem com o BI. Há 10 anos queria ser advogada e entrei em direito e fiz um monte de amigos novos que nunca chegaram a velhos amigos. Há 10 anos estudava e queria trabalhar e tinha planos certinhos e certezas. Há 10 anos achava que 10 anos eram uma eternidade e hoje acho que é ainda mais.

Mais feia

Hoje, logo hoje, a humanidade ficou um bocadinho mais feia.

Em Londres

Em Londres jantei na mesma mesa que este senhor. Não entendo as inglesas. Aos gritos por uma gota de álcool e semi nuas no frio londrino até alguém lhes saltar para cima - mais por medo que elas virem cadáveres que por vontade propriamente dita de lhe darem uma queca - e depois completamente zen quando o fotógrafo sexy do All Truth About Cats and Dogs está ali mesmo ao lado.

Frigidas de um raio!

Se eu fosse a Scarlett

"I'm just a big believer in 'you must love yourself before you can love anybody else,' and I think for me that breeds the most inspired relationships. It's hard for me to have any proclamation about the right kind of love or how to love, because relationships are so complicated and there are so many ways to love. On one hand, there's obsessive love and committed love and the love that friends just have for one another."

Scarlett Johansson, on love

Bom, se eu fosse a Scarlett, também não tinha grandes problemas com o 'you must love yourself before you can love anybody else'.

Planos

O problema de fazer planos é a resposta aos imprevistos. O problema de fazer planos é que às vezes temos de nos resolver entre os adoráveis imprevistos e as delícias programadas.

Do álcool

Descubro que há mais quem já se tenha apaixonado em sonhos. Acordar assim completamente apanhada por alguém a quem, na vida real, não acho graça nenhuma. Passar a manhã ou o dia a questionar se gostamos mesmo dessa pessoa ou se foi novamente o VJ dos meus sonhos num ataque de loucura sádica.

Reflicto agora que o mesmo me acontece com o álcool.

Sósias II

Juro que hoje vi o Dr. House à porta do Júlio de Matos. O que, se pensarmos bem, faz todo o sentido...

Sósias

Esta noite sonhei que andava com um alemão sósia do Liam Neeson. Assim, grande e com rugas e uma voz não muito forte. Mas tinha um sentido de humor bestial.

Mmmmm.... Se o sonho era MEU o sentido de humor bestial também... certo?

Herói Byroniano

Depois de Mr. Darcy, aparece Edward Rochester. Acho que estou a entrar numa fase Gótica.

Equinócio

You know the day destroys the night
Night divides the day
Tried to run
Tried to hide
Break on through to the other side

Back to home. Sweet home.

Adoro viajar. Assim que entro no aeroporto, até "se m'arrepia a espinha". É tempo de férias e de conhecer outros lugares, ver aqueles de quem já tinha saudades e mergulhar numa atmosfera nova. Depois há o regresso. E a certeza, um ano depois, de que volto a minha casa e que tive saudades dele e até da Miuccia (que ontem já levou mais mimo do que alguma vez pensei que lhe ia dar).

Às vezes é como se precisássemos de ir para longe para nos encontrarmos. Acho que já alguém disse isto ou coisa parecida...

Mas é verdade.

Truth

Um professor de história uma vez disse que a verdade dos factos interessava menos do que a interpretação dos factos. Que, mais do que dos factos, a história é feita da forma como as pessoas interpretaram estes factos. Às vezes as pessoas mentem. Mas a mentira não é o pior que pode acontecer. Os factos que derivam a mentira sim, podem ser maus. Às vezes não sabemos sequer se é mentira ou não e, para a história, em vez da incógnita, prefiro fingir que nada aconteceu.