Wednesday, January 30, 2008

Ciclos de Saturno

Dizem-me que aos 28 entramos numa fase dep. Antes de chegar Setembro e os meus 28, aviso que vem aí tempo de risos, galhofa e de não-quero-saber. É assim que (não) lido com as minhas depressões.

Tuesday, January 29, 2008

Harakiri

Há cheiros e memórias e sons que nos pesam nas entranhas. Há calor e lágrimas no fundo das entranhas. Os hábitos que depois de estranhos entram nas entranhas. E há tudo o que não queremos lembrar nem saber. Há o que somos e o que não queremos ser.

Sunday, January 20, 2008

Descansar

Este fim-de-semana descansei. Fiz o que todos me aconselhavam há meses. Ontem tive uma enxaqueca gigante e hoje pareço um zombie. Admito que tenho de abrandar, mas está provado que parar também não me faz nada bem.

Thursday, January 17, 2008

Instinto Maternal

Bastaram 4 meses a viver com uma gata para o meu instinto maternal se transformar em instinto assassino...

Tuesday, January 15, 2008

Alfinetes


E se de repente ela preferisse (voltasse a preferir?) viver esburacada?

Da distância

Às vezes sinto que vivo a milhas do mundo real e daquilo que me interessa. É como se de repente tivesse perdido a capacidade não de dizer, mas de mostrar. E nesta, como em muitas outras coisas, não se vai lá só com palavras.

Bus Stop

Alguém por favor explique aos lisboetas que esperam autocarros que o ideal é fazerem-no na paragem apropriada ao efeito. Não uns metros à frente. É que nós, os que andamos a pé, também temos direito a usar o passeio.

As minhas desculpas

aos que me lêem. Tenho andado a dar erros tremendos ("lamechisse" e "hás"). Ando cansada e, muitas vezes, escrevo já a cair de sono. Podia alterá-los mas sempre foi minha política escrever como falo e deixar as palavras fluirem pelos meus dedos como fluem pela minha língua. E a falar também tenho mandado umas larachas.

Mas não vou sequer tentar ter mais cuidado.

Monday, January 14, 2008

Sobre o Amor

Não falo, não escrevo sobre o amor. Poder-se-ia quase dizer que não o sinto. Não o amor fraternal ou aquele que dedicamos a meia dúzia de essencias. Esse proclamo-o com uma lamechisse que me enoja. Mas sobre amor, Amor, não falo, nem escrevo, poder-se-ia quase dizer que não o sinto. Não que não tenha sofrido por amor, ou feito figuras das quais muito pouco me orgulho. Já. Mas vejo o Amor de outros, mesmo o mais estúpido, e oiço-os falar, leio o que escrevem. E acho que sofri inutilmente, que fui estúpida por coisa nenhuma. E fico calada. Porque não falo, não escrevo sobre o amor. Poder-se-ia quase dizer que não o sinto.

Thursday, January 10, 2008

Para as gerações futuras

Se queres ser bitch, veste-te de santa.

Para que não surjam rumores

Nunca me aproximei sequer de um balcão daqueles onde fazem unhas de gel (figas t'arrenego!).

Sobre gajas II

Se a Hillary é uma gaja, vou ali e já venho. Nenhuma gaja é avacalhada em todos os meios de comunicação, trocada por uma bardajona badocha e continua casada só para ser Presidente. Uma gaja, depois de encornada em technicolor numa TV generalista, só perdoa o marido em nome dos filhos, dos pais, das amigas ou da manutenção das unhas de gel. Perdoar traição em nome de uma carreira política é coisa de gajo. Toda a gente sabe.

Sobre gajas

Todas as gajas podem sempre recorrer a dois truques: as lágrimas e a maquilhagem.

Tudo o resto é factor de diferenciação.

O ponto fraco

Ensinam-nos que todos temos um ponto fraco. Pelo menos. Eu tenho vários. De maneira que, prefiro que levem logo com os pontos fracos todos de uma vez e, com paciência e esforço, venham a conhecer os pontos fortes (microscópicos), do que me fazer toda óptima e depois ficar a ver navios cada vez que tenho um ataque de mau génio.

Momentos

Hás vezes sei qual é o momento exacto que vou recordar. Sei que vai ser aquela a amostra de um dia, de uma fase, de uma sequência de frames de que me vou esquecer. De todos, menos daquele instante, aquela particula de tempo que que ficou impressa na carne e se tornou parte de mim.

Sobre relações

Quanto mais trabalho, mais acredito que a vida é igual ao "Triunfo dos Porcos". Todos são explorados até ao momento em que se tornam exploradores. Isto aplica-se a quase tudo. Não querendo dar uma de moralista, muito menos de cristã de sacristia, que é feito da máxima "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti", ou melhor ainda, porque a vida é uma escola, "não faças aos outros o que não gostaste que te tenham feito a ti"?

De um mail

Culpa

Imitation of life, Douglas Sik

Se há coisa que agradeço eternamente a Deus, à sorte, ao demo ou ao acaso foi não sentir culpa.

Sunday, January 06, 2008

What if

Não costumo pensar muito nos "ses". Nem nas pequenas coisas que podem mudar tudo. Acho que mais ou menos o que tem de acontecer, acontece, mesmo que consigamos ir pelo caminho mais longo. Na maior parte dos casos, acredito mesmo que as coisas se resolvem. Por isso, acho, gostam de me chamar optimista. As estatísticas, até agora, têm estado comigo. As coisas resolvem-se e quando não têm solução tendo a esquece-las, o que vai dar ao mesmo.

Mas às vezes gostava de ser um bocadinho diferente. De gostar de outros. De me bastar com o saber que gostam de mim.

Friday, January 04, 2008

Os livros que leio

Não gosto de fazer escolhas e quando as faço, normalmente, faço-as mal. Quando me apeteceu ler Bertrand Russell, apeteceu porque me pareceu uma pessoa interessada em misturar filosofia e matemática o que, na minha cabeça, equivale a por números no meio de ideias e ideias no meio de números. Gostei desta minha interpretação livre. Olhando para a bibliografia do senhor - que by the way tem um nariz igualzinho ao de um amigo do meu avô cuja família era carinhosamente conhecida pelos "pencudos" (não pensem que tinha algo contra este senhor, pelo contrário, adoro qualquer idoso que nade e ande de bicicleta até morrer etenho um fraco por narizes grandes) - e um nome saltou: "A Conquista da Felicidade". Estávamos no fim do ano. Cheirava a Natal. Fui na conversa. Bom, começava bem. Porque é que somos todos um bando de infelizes. Gostei que também ele pensasse que há quem goste de ser infeliz e que para essa gente a infelicidade é um paradoxo sem o qual não conseguem ser felizes. Gostei quando ele mostrou tudo numa de 1+1=2. Porque a vida tem muito de matemática e os dramas e alegrias vivem em conjuntos e subconjuntos que multiplicamos e dividimos à medida em que os dias se contam. Mas quando começa a parte do "agora-que-já-sabemos-o-que-nos-faz-infelizes-bora-lá-olhar-para-o-que-nos-faz-feliz", a coisa continua clean mas com contornos quase paternalistas. Lamechas. Surreais. Com uma tentativa de ser "pra frentex" (expressão tãããããoooo last season, mas que, com carinho, uso como vintage). Que me irrita. Porque a matemática e a filosofia não são lamechas. Nem tentam ser hypes. Acho. E porque no fim do livro ele tinha passado de gajo fixe que gostava de ter conhecido, a pencudo que provavelmente nem sabe andar de bicicleta.

Sobre inícios tortuosos

Começou de forma turva. To say the least. Mas já chorei de alegria. E ainda não chorei de outra coisa qualquer, nem sequer comovida a ver alguma coisa na TV. Já tomei um ansiolitico sem prescrição médica. E mesmo assim dormi mal. Já fofoquei e fiz planos para coisas tão pouco fúteis como spas. E estou farta de falar de bebés (tic, tac, tic, tac). Ainda não roí as unhas, mas já passei horas a olhar para o telemóvel que não toca e o que tocou, tocou para coisas que não sei dizer o que vão ser.

Caramba, ainda agora começou, mas tenho para mim que 2008 não vai ser nada monótono...

Wednesday, January 02, 2008

Sobre 2008

Parecia um ano tão prometedor e já começou a correr tão mal.

Tuesday, January 01, 2008

Mudar de ano

Acho que 2007 vai ser o ano em que parti a perna. Não que os telejornais o assumam claramente. É mais uma daquelas coisas que todos sussurram e ninguém proclama, ninguém assume. Como os gostos sexuais do Herman.

Mas, de facto, 2007 foi o ano em que me tornei biónica. Assim como 2008 será o ano em que deixarei de o ser. Isto leva-me directamente ao meu primeiro desejo (a minha primeira passa e, claro, o meu primeiro vómito de 2008). Uma epidural bem dada. A sensação de que estão a tentar fazer do fundo das minhas costas um regador, não me agradou.

Em 2007 também saí de casa. O que foi importante mas muito mais curriqueiro do que decorar a perna direita com umas cicatrizes de vinte e tal agrafos. Mudei duas vezes de emprego. O que prova que em 2007 continuei a não saber tomar grandes decisões. Uma maçada que espero resolver em 2008 - mas não tenho grande esperança.

Por falar em esperança, 2007 foi também o ano em que continuei a gostar das pessoas erradas, mas em que tomei consciência de que ainda tinha a capacidade de gostar de pessoas - mesmo que as erradas. Era uma crença que tinha abandonado aos 16 anos, uma espécie de ateísmo reforçado aos 21. 2007 foi por isso um ano de conversão a esta fé - mas como tudo na minha pessoa, também não se espera que a crença dure por aí além.

Acabou por ser um ano chatinho. Apanhei dois sustos daqueles. Quase que alienei de vez algumas pessoas de quem gosto bastante o que, de uma maneira geral, me afastou um bocadinho mais das pessoas.

Mas 2007 foi, claramente, um ano que vai para a história como o ano em que parti a perna e 2008 será, para todos, o ano em que a Joana deixará de ser biónica.
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