Thursday, November 30, 2006

Sobre a Saudade

Para mim a saudade não começa na zona das partidas do aeroporto, nem quando o carro desaparece ao fundo da estrada. A saudade não começa quando dizemos adeus e damos o último abraço, quando respiramos fundo para absorver um cheiro que vai dar cor à nossa memória. A saudade começa quando se anuncia a separação. Quando começamos a contar os dias, os minutos, os segundos que sabemos vão ter fim. Começa quando desajeitadamente começamos a tomar a forma que a nossa vida terá durante a ausência. Começa quando a saudade sai do terreno das hipóteses e nos acena da esquina do tempo que está para vir.

Friday, November 24, 2006

Semi Morta

Há dias assim, em que o sol se põe e me sinto meia morta. Meia. Porque basta começar a faer "pogramitas" que a coisa anima logo.

Thursday, November 23, 2006

Walking Dreamer


Às vezes quando volto para casa sinto o cheiro e o som do Mar.

A trick of the light

Ilusionista


s. 2 gén.,
aquele que sabe criar a ilusão;
prestidigitador.

Ilusionista é aquele que carrega o peso de distinguir a realidade da ilusão.

Bolsa de Apostas

Parece que, no mercado das apostas, o meu corpo vale mais que a minha alma.

Wednesday, November 22, 2006

Independência

Gosto de me imaginar independente. Não gosto partucularmente de pedir ajuda ou de me sentir ajudada. Sim, volta e meia faço a vida negra a quem se preocupa comigo. Mas o objectivo deste post é bem mais prático.

Irrita-me aquele tipo de miúdas que passa a vida a pedir ajuda. Nem que vá com os dentes, tento sempre ser eu a abrir garrafas, comprei um abre-latas eléctrico (nunca consegui abrir uma lata de atum até ao fim...) e descobri que, se aquecidas no fogão ("o calor dilata os corpos"), as tampas dos frascos são fáceis de abrir.

Mas, por vezes, dá-me a sensação que o Mundo gosta mais das atadinhas. Talvez deva começar a pedir ajuda mais vezes...

Tuesday, November 21, 2006

Ao milímetro

Um dia, alguém, cuja opinião não tenho propriamente em elevada conta, vendo-me confusa perante aquilo a que resolveramos chamar "projecto de vida", disse-me que quando não sabemos o que queremos fazer da vida devemos pensar na forma como gostariamos de ser lembrados na morte.

Se morresse hoje, não sei se aquilo que ficaria de mim guardado na memória dos outros corresponderia de alguma forma à imagem que eu gostaria de deixar. Aliás, tenho a certeza que não, não poderia estar mais longe.

Isto dá-me a dimensão exacta dos meus erros.

Friday, November 17, 2006

The sexiest man alive


Posso não acertar no Euromilhões, mas no Sexiest Man Alive acertei. Que é para depois não virem chatear-me a dizer que tenho mau gosto... Mas pronto, confesso, preferia de longe o 10º.

Wednesday, November 15, 2006

Ah e tal, o Verão...

... de São Martinho e o calor à beirinha do Inverno. E hoje, sem espinhas, cai-me o Inverno em cima.

Um Povo de Poetas

E no entanto, I love you ou je t'aime soam infinitamente melhor.

Tuesday, November 14, 2006

Para Todos os Gostos

Junto à lista de blogs a ver mais duas revelações na blogosfera:

Aqui o futebol é visto à lupa - e não é metáfora, que ainda hei-de ver uma análise sobre o pedaço de fita-cola com que os atacadores são rematados.

Aqui, os relatórios - sobre tudo e quase nada - de voo de um tapete que se prepara para ir para longe.

Monday, November 13, 2006

Q.I.

O limite do meu QI reside no facto de continuamente acreditar na inteligência de quem só faz coisas estúpidas.

E=MC2

A relatividade dos outros é uma faca de dois gumes. Por um lado, evita a monotonia e a previsibilidade. Por outro, é a Mãe de algumas desilusões.

Friday, November 10, 2006

Cabeça no ar

Sou conhecida por ser uma cabeça no ar. Nunca me lembro de datas e, é certo e sabido, que se não escrevo num post it (errrr... ok, vários, o que torna yudo um pouco mais caótico...)tudo o que tenho para fazer, acabo por não fazer nada. Nunca me lembro de caras novas - há pessoas a quem tive de ser apresentada 5 vezes até as conseguir reconhecer sozinha - e sou capaz de cumprimentar alguém que toma café no mesma pastelaria que eu se o vir no supermercado (já aconteceu). Da mesma forma, nunca sei quem escreveu os livros que li e já me aconteceu ir a meio de um livro quando tudo me começa a parecer familiar e acho o autor "demasiado previsível", quando me lembro que afinal já o li - e mais do que uma vez.

A parte boa de ser assim, é que acabo por esquecer mesmo as pessoas que quero mesmo esquecer. E quando, por coincidência, as encontro, não sinto nem angústias, nem raivinhas.

Apenas o nada resevado aos estranhos.

Primeiro balanço

Este ano tem passado muito depressa. Ainda ontem era dia 2 de Janeiro e eu passeava alegremente pela Baixa, feliz por viver numa cidade com um sol fresco de menta a dar as boas-vindas ao novo ano. E agora, tão depressa, o ano já está velho e gasto, com pouco de novo para revelar.

Wednesday, November 08, 2006

Doces


Tive um sádico por dentista na minha infância. Como tal houve todo um mundo que foi vedado para todo o sempre. Por um lado, ainda bem. Nunca tive cáries nem nada da família. Por outro lado, sou várias vezes mencionada como a freak-que-não-gosta-de-doces.

Tuesday, November 07, 2006

Oh Happy Day


Sobrolho franzido e vontade de apenas dar respostas tortas. Impaciente. Rabugenta. Hoje o Mundo conheceu o meu lado Archie Bunker...

Monday, November 06, 2006

Tempestade

Joseph Mallord William Turner
Snow Stor
As tempestades, aquelas tempestades que nos arrepiam pelas cores, pelo rasto de mudança que deixam à sua passagem, essas tempestades, não se anunciam. Nem chegam de mansinho como o sol na Primavera que se vai iniciando nas manhãs geladas de Fevereiro. Nem tão pouco são feitas de ameaças, bluffs ou pequenas deixas corriqueiras. Têm o ímpeto da energia sufocada e reprimida. Têm a veemência carnal de um espectro a quem oferecem de novo a oportunidade de pecar. As tempestades, aquelas que me assustam porque são minhas, porque em mim nascem e em mim fazem morrer sonhos, vontades, ideais, essas tempestades, não se anunciam. Acontecem. E acordam-me.

Friday, November 03, 2006

Perspectiva


Le Viaduc à l’Estaque, Georges Braque
Ao objecto do nosso afecto dedicamos tempo para o rodearmos de nós mesmos até o enquadrarmos num conceito pré-definido que, aos nossos olhos, o caracteriza. O objecto do nosso afecto, contudo, é vítima da nossa indulgência não só para com ele, mas também para nós próprios. Quero com isto dizer que o culpado do desengano não é na maioria das vezes o objecto ilusório, mas a condescendência mesquinha com que este foi analisado. Da preguiça cognoscente que evitou todos sinais que a incomodavam. Ao objecto do nosso afecto devemos não tempo, mas uma parte de nós mesmos, como se ao outro pudéssemos oferecer a nossa própria mundividência e em troca assumissemos o compromisso de aceitar a sua. Fechar esta janela é reduzir o cosmos à pequenez do nosso umbigo. Gostar não é um acto passivo, um monólogo enfadonho entre nós e as nossas amarguras, é um diálogo com o mundo visto por outros olhos.

Thursday, November 02, 2006

Sedere - ou o desvario para a lamechice

A morte só é imediata e definitiva para aquele que morre. Para todos os outros é um jogo de paciência que se arrasta indefinidamente no tempo. Às vezes é já longe que resgatamos aquele que perdemos e o voltamos a encontrar num instante, num gesto, até então desconhecido. O nojo não são três dias legais, nem os dois anos dos teorizadores da psique. É o tempo que é nosso e nos separa da nossa sepultura. Nem tão pouco o luto é dor, quando é feito de deliciosas descobertas, de pequenos reencontros em frente ao espelho, e do amor infinito daquele que já partiu.

Octopus

Cercam-nos e apoderam-se do nosso espaço. De mansinho. Submissos. Aduladores, pequenas almas de frágil personalidade. São amigáveis, simpáticos, transparentes. Até ao momento em que estamos cercados por um cancro que cresceu sem que dele nos apercebessemos. E a escolha tem uma precisão clínica: a cura passa pela amputação de uma parte nós.

A New Star is Born


Filipe Trindade no Portugal Fashion
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