Tenho sonhos esquisitos. Tenho sonhos ainda mais esquisitos quando a febre me visita durante a noite. Tenho sonhos que me envergonham, que me chocam e que me perturbam, tenho sonhos que me divertem, enternecem e fazem com que acorde bem disposta. Já me apaixonei enquanto dormia.
Os sonhos reflectem muitas coisas e gosto de pensar um bocadinho sobre eles (aquele momento, todas as manhãs em que fico parada, de peúga na mão, é de pura reflexão). Conheço de cor todos os meus fritanços, as minhas "braçadeiras" e até sei o que devia fazer quanto a eles. Estou ao nível de qualquer comum assíduo da psicoterapia, mas sem gastar dinheiro e sem ter ninguém a dizer que a culpa não é minha. Odeio paternalismos.
Bom, normalmente, sem grande esforço, chego lá - ao significado do que sonhei.
Esta noite sonhei que viajava, algures no Médio Oriente (tenho abusado das piadas sobre Gaza). E de repente vejo o que julgo ser um poço de petróleo em chamas (nunca vi um poço de petróleo em chamas. Ou então vi e esqueci-me embora, aparentemente, o meu inconsciente se lembre). Tenho um mini ataque de pânico porque sei que tenho amigos lá dentro (porque é que eles lá estavam foi coisa que o realizador não se deu ao trabalho de mostrar).
A imagem passa então para dentro do
poço de petróleo que é tipo o interior de uma pirâmide (como no filme do Brendan Frasier, vá, que eu nunca estive dentro de uma pirâmide a sério), mas com andaimes e coisas de museu, quadros, estátuas e assim. E, embora ardesse, não ardia toda, os meus amigos em vez de estarem em pânico a tentar sair de lá, divertiam-se a destruir coisas que classifiquei entre a estátua e o calhau (não eram bem esfinges, mas podiam ter sido esculpidas com a mesma técnica).
Havia ali um estranho intervalo de tempo em que, para mim e para todos os que estavam fora do
poço de petróleo, eles já estavam mortos, mas na verdade estavam vivos e a ter um último ataque de vandalismo (e, na vida real, os meus amigos têm os seus defeitos, mas estão longe de serem vândalos, nem sequer agressivos).
Bom, e depois acordei.