Thursday, February 26, 2009

Do corpo e da alma

Há a crença de que depois da morte a alma dos pecadores é castigada com o sofrimento eterno. Não percebo o sofrimento da alma sem um corpo que o sofra também. A menos que a alma sinta a dor de um corpo a ser devorado por germes, ou cremado em chamas quentes, a coisa não me faz sentido. Porque as minhas angustias, a minha tristeza quando surgem, correm-me no sangue. Por isso sempre que estou triste fico doente. E um corpo morto não adoece, sinal de alma que não sofre.

Os três porquinhos

Ou como um pedaço de papel pode a um tempo mexer com os meus maiores medos, fazer-me pensar em como o facto de detestar perder pode ser uma maldição e ainda lembrar-me o quanto gosto de receber cartas.

Wednesday, February 25, 2009

Gym

Nada como andar a saltitar de máquina em máquina, a suar as estopinhas, para depois uma senhora de leste, sem pudor nenhum, passar o duche a galar-me as mamas.

Gym

Diz que tenho o coração em stress.

Tuesday, February 24, 2009

Em repeat

Nos intervalos do estágio. Porque sim. Porque adoro a voz deste senhor e o meu humor anda assim por estes dias (ainda bem que tenho bilhete para I'm from barcelona).

Em estágio

Dead (line)

Prazos: se não existissem, nada faria.

La Diabla

Num instante a Mrs Wally (ou Waldo) passou a pequena Diaba (mudar de casaco e acessórios, um toque na make up e voilá). Talvez o Carnaval seja mesmo a altura em que nos desmascaramos. Até porque reencontrei alguém de quem já tinha saudades e que disse que estava como sempre. E pelo meio uma voz, com sotaque do Vaticano, teve a audácia de me baptizar La Diabla.

Monday, February 23, 2009

Oscar, Oscar

Estava pronta a trashar a cerimónia deste ano. Não sou fã do Hugh Jackman, a escolha perfeita para um show que teve partes de Pride Parade (a sério, começa a chatear-me o tempo de antena da coisa. Esqueçam referendos e opiniões de padres da aldeia, deixem que eles se casem e vamos resolver a crise). Mas a coisa correu bem. Achei graça e chorei baba e ranho (tradição é tradição), mas ferrei a dormir a meio, o que enfureceu de sobremaneira a minha irmã (Marta, já sei que para o ano estou condenada a ver os oscares sózinha). Acabei de ver o discurso da Kate Winslet no YouTube (não adoro o vestido) e adoro perceber que há coisas que são universais. Também eu já usei (bom, às vezes uso) o frasco de champô enquanto discurso emocionada durante o duche.

Resposta

Bom, podem dizer o que quiserem, mas a resposta parece óbvia.

Recicle

O que correu mal no Natal acaba por simplificar o Carnaval

Saturday, February 21, 2009

8-2

Depois da mortandade do Inverno, nasceu mais um, assim com os primeiros raios de sol da primavera que se adivinha. O João. Mesmo giro. Ou não fossem os nossos genes do melhor.

Às vezes deixo-me abater por Ela. O que é estúpido. De há oito anos para cá, somos menos dois e mais oito. É uma questão matemática. Por muitas saudades que tenha (e tenho!), não há dúvida que estou (estamos) a ganhar.

Certeza

Fui cortar o cabelo hoje. Foi bom apanhar uma cabeleireira que fez exactamente o que lhe pedi. Ou seja, eu, e apenas eu, noto que o cabelo está diferente. Fui com uma amiga que experimentou uma técnica de alisamento definitivo. No Liceu, esta minha amiga tinha o chamado "cabelo quase carapinha". Hoje ficou com o cabelo lisinho, lisinho e mesmo brilhante. Saí do cabeleireiro (5 horas depois de ter entrado), com alguma inveja da forma como o cabelo dela voava ao vento, sempre tão liso e controlado. Pensei em fazer o alisamento definitivo.

O problema é que ela, desde muito pequena, sonhava em ter o cabelo liso e comprido. Muito liso e muito comprido. Desde pequena. A certeza de que era assim que queria o cabelo. Ora, eu, como todos os meus fiéis leitores a esta hora já terão percebido, sou tudo menos uma pessoa de certezas. E se a maior parte do tempo odeio o meu cabelo, que tem vida própria e é a encarnação de alguém que eu torturei numa vida passada, também tenho dias em que o gosto de o ver ondulado e outros em que gosto dele esticado e outros ainda em que gosto de o ver com jeitos. Porque, no que diz respeito ao cabelo e à maioria das coisas, aquilo que me separa dos seres humanos de quem gosto mesmo muito e que admiro é precisamente as certezas que eles vão tendo durante uma vida inteira e que em mim duram apenas uns instantes.

Friday, February 20, 2009

Não há cu*

Estou farta da discussão do casamento entre gays e lésbicas. F A R T A. Não há cu para bitaites mais ou menos idiotas. Adorava ser madrinha da minh'alma gémea e quero mesmo ter certeza que se ele quiser, pode casar-se. Também sei que será um óptimo pai, muito melhor que muito gajo e gaja hetero que por aí anda a procriar e adoptar sem esforço (okay, adoptar, cá em Portugal, é um esforço). Mas, a esta altura preocupa-me mais (MUITO MAIS) a certeza de que o Sócrates é um trafulha e não há ninguém decente para o lugar de primeiro-ministro ( se Manela ganha emigro).

*odeio a palavra cu e raramente a uso em qualquer contexto. Mas, pela bardajonisse, tornou-se irresistível usar esta expressão neste contexto.

Eight

É uma contagem mórbida, bem sei. Mas gosto especialmente do número oito, por razões que não sei explicar, embora este ano seja um número non grato. O universo funciona de uma forma estranha. Habitualmente não sei a que dia ando. Nem olho para a minúscula janelinha do relógio que me diz que estou a 19. Mas o mundo movia-se, no seu passo pesado, lento e certo, e a data não podia passar-me em branco. Primeiro não me lembrei. Mas a minha rua tem cartazes a dizer que os ramos das árvores serão cortados no dia 19. E na porta do prédio foi afixado um papel a avisar da contagem do gás no dia 19. Mesmo assim, em inconsciente negação, não me lembrei. Hoje, a meio de uma reunião, a meio da manhã, fez-se luz. Como se me pudesse ter esquecido e, no entanto, quase me esqueci. Gostava de neste dia poder dormir e não acordar senão a 20. É estúpido, eu sei. Como se o número que o calendário marca fosse mais do que tinta no papel, do que um detalhe burocrático. E é é. Hoje é. Porque há sete anos que neste dia me lembro do dia que há oito anos foi. Revejo todos os meus gestos e palavras e, evocando a Teoria do Caos, imagino que detalhe poderia ter sido diferente, para hoje, dia 19, ser um dia igual a tantos outros.

Foi o último de uma série de dias quentes de Fevereiro, depois o cinzento e a chuva inundaram Lisboa. Uma metáfora perfeita.

Wednesday, February 18, 2009

Meio Caminho

Há, junto ao Saldanha, um lar de idosos chamado "Lar do Céu". Como duvido que se trate de uma espécie de Senado de anjos, acho que é mesmo o estabelecimento de alguém com um sentido de humor adorável.

Monday, February 16, 2009

Espírito bélico

Há quem goste da paz e concordância. Há quem se anule para evitar confrontos. Quem se molde até que os espíritos encaixem na perfeição. E há os que vibram com a adrenalina dos ânimos exaltados, com a troca enfurecida de argumentos inteligentes, com os pontos de vista diametralmente opostos. Com o mind sex.

Saturday, February 14, 2009

Lutava consigo mesmo para abrir a porta do carro no parque cheio de veículos alinhadinhos. O sobrolho franzido e a dedicação à chave chamaram-me a atenção e sorri. Ele levanta os olhos e encontra o meu sorriso. Larga a chave e responde num sorriso rasgado, espontâneo. Corre para mim.

Depois a mãe agarrou-o e foi uma fita tremenda até que lhe deram a chucha.

Friday, February 13, 2009

Perfect Duo

Ok. Cair um avião e morrerem 49 pessoas é uma tragédia. Mas cair um avião e morrerem 49+1 que apanha com o avião em cima foi coisa para me fazer rir durante 20 minutos. E só uma pessoa teve a mesma reacção que eu. E, de todas, era a que tinha menos motivos para rir. Até porque a brincadeira pode bem azedar-lhe o dia. Não é à toa que será forever a minha Júnior - apesar de, hoje, já não ser nada júnior.

Seriedade

Confesso que nos últimos dias ando com pouca paciência para gente demasiado séria.

Tuesday, February 10, 2009

Dois sentidos

Se a alma é eterna e é mais do que uma série de ínfimos raios eléctricos entre partículas microscópicas, poder-se-á acreditar que o inferno dos mortos é a saudade dos vivos?

Needs

"I have a long term plan, but short term needs", Uggly Betty.

E vá que as minhas referências hoje andam pelo melhor. Mas o meu gosto é uma coisa (e não é nada mau), outra é a evidência de a minha vida poder apenas dar um filme manhoso.

Monday, February 09, 2009

Dr. Jekyll e Miss Hyde

Tenho dentro de mim um pequeno monstro. Um ser terrível capaz das maiores atrocidades. Tenho um taxista rufia alojado na alma. A sério. O assunto é grave. A pessoa afável, bem disposta e entusiasta (e modesta) que costumo ser, apaga-se no momento em que sinto o volante nas mãos, os pedais nos pés. Senhoras amorosas, com idade para me terem dado de mamar, passam a "porcas", "putas", "vacas" e outros atributos que me ocorram. "Sopeira" tem sido popular, se bem que parece-me um pouco desajustado. Homens até aos 50 passam a "cabrões", ou "cabrõezinhos", de forma sibilada, se tiverem ar de recém encartados.

Mas, o que mais me perturba, é a forma com que trato os velhinhos. Noutro dia saiu-me um "já devias estar na cova" de que não me orgulho. Logo eu que sou um amor com os residentes na Unidade de Geriatria.

Chapéu-de-chuva

Odeio, abomino, desprezo veementemente chapéus-de-chuva. São objectos que me enervam, que me deixam rezingona só de lhes tocar. Se lhes toco é porque chove. Muito (se chover pouco, sou miúda para ir para a rua de gorro ou boina). Se lhes toco é porque chove muito e tenho de ir à rua. Se lhes toco é porque o Mundo conjurou para que não pudesse ficar refastelada, no quentinho, a ver filmes antigos e a beber chá. Só isto, já bastava para me deixar com os humores azedos.

Mas há ainda a questão do design. Melhor. A questão do tamanho. Ora são uns monstros, mais guarda-sol que chapéu-de-chuva, e não cabem em lado nenhum, razão pela qual os vou deixando por onde passo (Metro, escritório, carros - no meu e nos dos outros - etc.); ora são umas amostras a que a minha avó - com alguma ironia, penso - chama "sombrinha". Pois que a dita "sombrinha" não dá para abrigar nem os quatro pêlos que compõem o "cabelo" da minha avó e muito menos a minha cabeça inteira.

Muitas vezes ignoro pura e simplesmente que eles existem e, até ao exacto momento em que o céu me cai em cima da cabeça, finjo que a chuva simplesmente não existe. Mas depois fico com o cabelo colado à cara e ele seca de maneira esquisita e as roupas ficam peganhentas e com um cheiro abominável (camisolas de lã então) e eu acabo por ficar de trombas na mesma.

Sunday, February 08, 2009

Botões

Gosto de botões. Tenho um anel de prata, em forma de botão, que comprei com um dos meus primeiros ordenados. Gosto de roupa com botões, gosto de abotoar casacos e camisas que, sem os botões, perdem o sentido. Gosto daquele momento em que os desabotoo e lentamente o frio vai-se chegando à pele.

A minha avó tinha (será que ainda o tem?), um saquinho de veludo cheio de botões antigos. Para mim, era um pequeno tesouro com que me entretive tardes sem fim. Espalhava os botões pelo chão e tentava agrupá-los, criava hierarquias, imaginava vestidos e blusas a que os botões agora fazem falta. Havia uns muito trabalhados que, na minha certeza infantil, tinham ornamentado vestidos de baile. Outros mais simples, cuja beleza não me impressionava, mas cuja simplicidade sim. Um disco, com quatro furinhos: o paradigma da simples beleza corriqueira.

Saturday, February 07, 2009

Inteligente

Gosto mesmo do Facebook. Lembro-me de um cliente que vive em Boston (for real, ser RP é dominar a linguagem das meninas do Técnico), me explicar há um ano e tal a quantidade de coisas que fazia via Facebook e de estar meio incrédula. Hoje, percebo-o. Facilita muitas coisas, aumenta a comunicação entre amigos (caramba, só adicionamos quem queremos e já houve quem eu me negasse a constituir como amigo), facilita uma série de combinações e permite-nos estar a par da vida de quem escolheu viver longe. Para quem tem demasiado tempo livre ou demasiada idade, acredito que o Facebook não reúna atractivos.

Isto tudo a propósito da forma como julgo os jornais pela qualidade dos seus colunistas.

Thursday, February 05, 2009

Vontade

Acredito que os que lutam por aquilo que querem, chegam lá. Depois há os que não sabem o que querem e os que lutam só por lutar. A esses não sei o que lhes acontece. Mas tenho para mim que eventualmente hei-de descobrir.

Verdade absoluta

Tenho apenas uma certeza. Só não descobri ainda o que fazer com ela.

Ateia e anti-cunhas

Mas em momentos de aflição, dou graças a Deus pelas cunhas.

Wednesday, February 04, 2009

Dra. Joana

Ao telefone percebi vesiculite. Não percebi bem o que era e fui procurar na Internet, o lugar de todas as respostas. Mas, apesar de leiga, pareceu-me óbvio que a minha Avó não ia ser operada aos testículos.

A Luz

É uma luz que esconde e finge que mostra. Os corredores largos parecem não ter cantos, mas enquanto os percorro, oiço as dúvidas em sombras que não vejo. As cores são claras, pensadas para me acalmar, como se conseguisse estar calma entre as paredes a que a "minha" Morte chama lar. As vozes são sussurros que sobem de tom com a espera e me acariciam o pescoço, num conforto estranho que mais não é do que a certeza de não estar só. Depois as conversas e os termos técnicos com sons engraçados ("laparoscopia" é uma palavra inspirada), que empurram a minha atenção para longe dali, para outros tempos de palavras e gestos fáceis.

Já não desmaio de cada vez que lá vou, mas continuo a odiar hospitais.

Tuesday, February 03, 2009

Agora só fútil (e um pouco machista)

Confesso que quando acho que ele não está nem aí, nunca penso que é por ser estúpida ou por ser mais parva do que devia. Acho sempre que é por não ser suficientemente gira.

Machismo fútil

Tudo bem que "quem o feio ama, bonito lhe parece", mas faz-me espécie que um homem que eu acho interessante ande (ou esteja casado) com uma gaja manifestamente feia.

Índice Onomástico

Escolher o nome de uma criança não é coisa fácil. Primeiro há o Pai e a Mãe. E a probabilidade de ambos estarem à partida de acordo é logo escassa. Mesmo antes disso. A minha irmã e eu, por exemplo, temos preferências comuns que terão de ser geridas com a mesma delicadeza com que se gerem as partilhas dos mares pelos membros da UE. Deixo-a ficar com o Tomás, mas quero a Isabel. Isabel Maria. Era o nome da nossa mãe e ambas queremos prestar essa homage. Ou seja, os nossos óvulos estão em concurso.

Também gosto de António, porque era o nome do meu avô que foi de facto um homem bom - o melhor que conheci - e gostava mais que o meu filho tivesse essa bonomia do que gosto na verdade da sonoridade no nome. A minha avó é Mariana Laura, gosto de Mariana, gosto mais de Laura, mas a minha avó odeia o nome dela (boicotou sempre que as netas fossem Marianas). De qualquer das formas Mariana Laura está fora de questão. Maria Adelina é o nome da minha outra avó, mas vá que traumatizar desta maneira as crianças logo assim que nascem é algo que devia constar na lista de crimes contra a humanidade. Por alguma razão eu sempre me recusei a tratar a minha avó por Adelina e remeti logo o nome para o adorável diminutivo "Lina".

Eu gosto de ser Joana. Acho que tenho cara de Joana. Embora às vezes me pareça um pouco dengoso demais. Mas às vezes (muito raramente, vá) também sou dengosa demais. Mas se tivesse outro nome, seria a mesma, ou seria diferente? Uma Eunice, por exemplo, pode ser dengosa?

A minha mãe não gostava do meu nome. Joana era uma empregada muuuuuito feia de uma amiga dela de infância. A minha mãe cresceu com o nome Joana associado a uma matrona para lá de feia. Depois nasci eu e aproveitaram-se do facto de ela não ter dado acordo de si durante três dias e chamaram-me Joana. Tenho as iniciais do meu pai (foi o melhor que se pode arranjar, não deixavam mesmo que eu fosse outro Zé Manel). O pior de tudo foi terem-se lembrado de me chamar "Joana Isabel", pois claro, que a minha mãe se ia ficando. Sempre reneguei o Isabel e só respondia ao meu avô quando ele me chamava "Isabelinha" - mas respondia torto, porque para além de tudo odeio diminutivos, "Joaninhas", e afins. Bom, gosto de Francisco e de Chico. O Avô Chico era o avô preferido da minha mãe e o avô que lhe deu a pulseira de ouro entrelaçado que a minha mãe usou a vida inteira e metade dela habita há quase oito anos no meu pulso (o meu pai mandou dividi-la e completá-la. Eu tenho uma metade, a minha irmã a outra).

Hei-de ter um Gaspar, porque Gaspar é nome de reguila que me chega a casa de joelhos esfolados e sorriso de orelha a orelha. Gaspar é nome de miúdo feliz.

E também não me importava de ter uma Marta. A minha irmã foi o meu primeiro bebé e é uma miúda bestial. Tirando os ocasionais ataques de mau génio. E isso, de acordo com as duas Martas recentemente nascidas na família, é mesmo do nome.

Sunday, February 01, 2009

Um homem não chora

Um homem não chora. Muito menos depois de perder. Toda a gente sabe que perder com graça, é perder sem choro, fitas. Palease. Tomava um Lexotan e aguentava a bomboca. O Nadal é um fofo. Ainda bem que, há anos, sou team Nadal. Os suíços ou não têm emoção ou quando a têm é na hora errada.

Rain

Então chove. Sempre. Mesmo quando não se vê, quando não se sente, mesmo quando não nos molha, a chuva está lá. O cinzento ocupa as ruas, as estradas, o pensamento. A chuva cai e lava o chão, apaga os traços, purifica. Janeiro foi um mês de chuva. Choveu e os tempos mudaram. A água vai levando os restos de antes, de um Dezembro que foi para esquecer e que agora já foi.

A chuva é boa para ser vista da minha cama. Do meio dos meus edredons não vejo mais do que o céu plúmbeo e o topo de um cipreste do LNEC. E a chuva que cai sobre o pobre cipreste. E um avião que passa de quando em quando. É bom, é quente, é confortável. Uma espécie de útero onde espero pela Primavera.

Em repeat

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